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Os 20 anos do BBB: como surgiu o reality show da Globo?

Pedro Bial e Marisa Orth no primeiro BBB
Pedro Bial e Marisa Orth no primeiro BBB (reprodução/TV Globo)

O Big Brother já era um formato consagrado lá fora antes de chegar por aqui. Foi em 1999 que John de Mol, um executivo da televisão holandesa, sócio da empresa Endemol, teve a ideia de criar um reality show onde pessoas comuns seriam selecionadas para conviverem juntas dentro de uma mesma casa, vigiadas por câmeras, 24 horas por dia. O sucesso estrondoso fez com que o formato se espalhasse pelo mundo.

No Brasil, o primeiro a se interessar pelo Big Brother foi Silvio Santos. O dono do SBT chegou a ter em mãos o material explicativo do formato e quase fechou com a Endemol para trazer o programa para o Brasil. Mas desistiu de última hora. A Globo, então, entrou em cena. Com o sucesso do No Limite, a emissora viu que o reality show era um tipo de programa que vinha para ficar e adquiriu o Big Brother.

Mas Silvio Santos passou à frente e lançou um formato semelhante, a Casa dos Artistas, em 2001. O estrondoso sucesso da mansão que confinava Supla, Bárbara Paz e Alexandre Frota criou uma guerra judicial entre Globo e SBT, já que Globo e Endemol acusaram o SBT de plágio. A batalha se arrastou por anos.

Talvez tenha sido justamente o fato de o SBT ter furado a estreia da Globo que levou a emissora carioca a não rebatizar seu reality show. Ao apenas incluir “Brasil” no nome Big Brother, a emissora passava o recado que era ela, e não o SBT, a dona do formato original. E não, a Globo não estava copiando a Casa dos Artistas.

Sim, porque foi essa a impressão que o grande público teve quando a Globo começou a anunciar o Big Brother Brasil (que logo virou BBB). Confinar pessoas numa casa e observar? Isso o SBT já não fez? A Globo tá copiando Silvio Santos? São questões que, sem dúvidas, povoaram o imaginário do espectador alheio à briga entre SBT e Globo pelos direitos da atração. Vale lembrar que, em 2001/2002, não havia redes sociais, nem whatsapp, e a internet não tinha a mesma força de hoje. Informações de bastidores da TV se resumiam às revistas de fofoca e jornais, que boa parte da população não acessava. 

Ou seja, em 29 de janeiro de 2002, quando o Big Brother Brasil entrou no ar, era forte a desconfiança do público. Além de parecer que a Globo copiava o SBT, o formato do BBB parecia popular e apelativo demais para a programação da Globo, sempre identificada como elitista. Para piorar, o sucesso de Casa dos Artistas ainda era tão forte, que a comparação foi inevitável. O público procurou, naquele grupo de 12 anônimos selecionados pela Globo, figuras que seriam os “novos” Supla, Bárbara e Alexandre.

Pedro Bial e Marisa Orth, a dupla escolhida para comandar o BBB, também sofreram com as comparações com Silvio Santos, que deitava e rolava à frente de Casa dos Artistas. Todas estas dificuldades levavam a uma conclusão quase óbvia: não ia dar certo. Eram muitos os pontos contra para que o BBB decolasse. E, realmente, apesar da audiência satisfatória, a repercussão inicial não era das mais positivas.

Mas, aos poucos, o público foi embarcando na proposta, que se revelou diferente da Casa dos Artistas. Para quem não se lembra, o reality do SBT não tinha esta porção “game” do formato original. Não havia “líder”, nem provas, nem dinâmicas. Os artistas apenas passavam a semana convivendo e, aos domingos, havia uma votação secreta para eliminar alguém. Os dois mais votados pelos participantes ficavam na berlinda e Silvio Santos atendia 20 telefonemas aleatórios. E eram estas 20 pessoas que eliminavam o participante. Só isso.

Assim, aos poucos, o BBB foi caindo nas graças do público. E a Globo passou a deixar o formato mais a “cara” do Brasil. Quem viu as reprises no Viva deve ter estranhado como o programa era burocrático em seu início. A edição mais esperta, com mais humor e ritmo, foi uma construção. E o resto é história! BBB se tornou um dos mais importantes da Globo e, nos últimos anos, conquistou o improvável: tornou-se cult. Antes, era vergonhoso admitir que assistia ao BBB. Hoje, espectadores não só admitem como participam ativamente das discussões em torno do programa. 20 anos depois, o BBB mostra uma vitalidade impensável em seu início.

André Santana 

06/02/2022

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1 Comentários

  1. Oi André, como vai? Em 2002 há exatos 20 anos, na verdade o que fez a Casa dos Artistas (SBT 2001, 2002 e 2004) cair e o BBB (Globo 2002 - No Ar) subir (embora os BBB's 1 e 2 e as Casas dos Artistas 2 e 3 tenham ido ao ar mesma época mas nunca foram concorrentes diretas ou seja nunca foram exibidos no mesmo horário, nunca bateram de frente um com o outro como o Faustão e o Gugu naquela época aos domingos, sabe?) foi que logo na Casa dos Artistas 2 e no começo do programa (que no começo goleava o Fantástico aos domingos como a histórica Casa dos Artistas 1 no final de 2001 mas nas noites de segunda à sábado nem chegava aos pés da então novela do horário nobre global O Clone atualmente em sua re-reprise no VPVDN) e de que toda a semana o Silvio Santos mudava e bagunçava as regras do programa e se estendeu na Casa dos Artistas 3 e as Casas dos Artistas 2 e 3 ambas veiculadas em 2002 não fizeram tanto sucesso como a histórica Casa dos Artistas 1 veiculada no final de 2001 e tão pouco a veiculada em 2004 intitulada de "Protagonistas de Novela" que foi fiasco total! E o BBB desde a segunda metade da primeira edição de 2002 (logo em seguida ainda em Maio do mesmo ano, teve o BBB 2) com Kléber Bam Bam e Cia se manteve no reinado que mantém até hoje, os BBB's 1 e 2 foram veiculados em 2002 e desde 2003 porém o BBB é o programa de verão da Globo! Reality show era novidade na TV brasileira entre 2000 e 2002 com No Limite (Globo), Casa dos Artistas (SBT) e as duas primeiras edições do BBB (veiculadas em 2002)! A Fazenda (Record) só estreou em 2009 quando reality show já não era nenhuma novidade na TV brasileira! Há 20 anos atrás, internet só podia acessar nos fins de semana, não havia redes sociais, havia celular mas não havia whatsapp, jornais e revistas eram caros mas em TV's como Record, Band, Rede TV e Gazeta tinham quadros e programas de fofocas, quadros de fofocas em programas femininos vespertinos, principalmente na Rede TV!

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