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Um ano depois da estreia, "Se Joga" desaparece sem deixar rastros

 

No último dia de setembro do ano passado, a Globo lançou Se Joga, seu novo programa vespertino de variedades. Cercado de expectativas, o programa comandado por Fernanda Gentil, Fabiana Karla e Érico Brás surgiu com a missão de suceder o Vídeo Show, extinto no início de 2019. No entanto, a atração não foi capaz de garantir a liderança de audiência para a Globo, e se mostrou um dos programas mais equivocados da história da emissora.

A estreia de Se Joga foi caótica. Na tentativa de fazer um programa popular, a Globo colocou no ar um programa poluído, cheio de vinhetas sonoras irritantes e “emojis” que pulavam na tela o tempo todo. O formato, uma tentativa de parecer “moderno”, virou até piada no Isso a Globo Não Mostra, quadro do Fantástico. Além de toda a poluição visual e sonora, os apresentadores surgiram afobados e as atrações não disseram a que vieram.

Em meio a tantos problemas, o principal deles foi a concepção: Se Joga tentou abraçar todo o tipo de entretenimento, sem se focar em nada. Assim, o programa englobava game show, entrevistas chapa-branca, fofocas, quadros de humor, quadros de esoterismo, saúde, moda, aula de inglês... Era uma colcha de retalhos mal costurada, na qual as peças não dialogavam entre si e pareciam uma grande bagunça.

E tudo isso embalado num programa com pouco tempo para tanta informação e que, de quebra, tinha três apresentadores tentando dizer algo. Ou seja, foram vários os erros que fizeram do Se Joga um programa esquizofrênico, incapaz de fazer o público se envolver e se sentar para prestar atenção. Era tudo rápido, barulhento e “jogado”, como se quisesse atirar para todos os lados, sem se preocupar com o público-alvo. Aliás, a impressão que o programa passava era de que não havia público-alvo.

Tantos erros juntos fizeram o Se Joga um fiasco de grandes proporções. O programa não conseguiu elevar os índices de audiência da Globo, foi alvo de todo o tipo de crítica, e nem ao menos conseguiu se moldar no ar. Pelo contrário, as poucas mudanças impressas em seu curto período no ar se mostraram igualmente equivocadas.

A falha do programa respingou em Fernanda Gentil, que era a aposta da Globo no entretenimento no ano passado. Ao anunciar sua saída do jornalismo esportivo, a apresentadora seguia o caminho de outros jornalistas da casa, com a promessa de ser um dos grandes nomes do entretenimento do canal. E condições para isso ela tinha! Simpática, rápida e muito bem-humorada, Fernanda tem uma personalidade interessante no vídeo. Tanto que, com o Se Joga fora do ar, ela passou a cobrir folgas de Fátima Bernardes no Encontro e tem se saído muito bem na missão. Bem melhor que Patrícia Poeta, por exemplo. Porém, a má impressão do Se Joga arranhou a imagem da apresentadora.

Sem saber o que fazer com o desastre do Se Joga, a direção da Globo se aproveitou das mudanças na grade em razão da pandemia para tentar fingir que ele nunca existiu. Inicialmente, Se Joga foi suspenso junto com os outros programas de entretenimento diários da emissora, Mais Você e Encontro. Mais adiante, a emissora foi retomando as produções. Encontro voltou ao ar, Ana Maria Braga passou a apresentar um quadro nele e, nesta segunda, 05, o Mais Você finalmente retornará.

Ou seja, se todos os programas suspensos já voltaram, não haveria motivo para o Se Joga não voltar também, né? No entanto, não há qualquer movimentação neste sentido. A emissora não confirma o fim do vespertino, mas também não sabe dizer quando ele volta. O recado parece claro: o programa não volta, e pronto. Mas, ao invés de admitir isso de uma vez por todas, o canal prefere simplesmente fingir que a atração nunca existiu.

Talvez seja mesmo a melhor solução. Neste meio-tempo, o canal terá a chance de repensar, novamente, sua programação vespertina. E buscar uma nova grade, que não precise de um Se Joga. Enquanto isso, Érico Brás e Fabiana Karla podem voltar à dramaturgia da emissora. E Fernanda, que, como dito acima, tem ido muito bem no Encontro, merecia uma nova oportunidade. Mas Se Joga... vamos todos fingir que foi um delírio coletivo.

André Santana

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15 Comentários

  1. Se Joga foi um verdadeiro fracasso e não volta, até porque o Jornal Hoje conseguiu frear a Hora da venenosa e esse delírio coletivo não passou de um retumbante fracasso.

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  2. Sempre lembro que a questão da audiência do horário, tão reforçada por vários sites, é relacionada à São Paulo capital. Em outras praças a Globo ganha com tranquilidade na faixa desse Se Joga e em outras nem tanto. Mas o que é comum em todos os lugares é o baixo nível do que é exibido pela Record, e penso que, muitas vezes, as pessoas naturalizam demais esse tipo de programa sensacionalista que virou padrão por lá, por isso sempre faço questão de ressaltar.

    Mas evidentemente isso não faz com que o Se Joga fosse minimamente bom. Como você bem disse era uma colcha de retalhos forçadíssima para tentar ser engraçadinha, e não chegava nem perto disso. Eu discordo um pouco sobre a Fernanda Gentil, não acho ela assim tão sensacional apresentando e nem era tão especial no esporte, ficou mais conhecida por momentos específicos (chorar depois do 7x1 por exemplo) do que por uma grande matéria ou apresentação. Me parece claro que tentaram fazer uma versão feminina do Tiago Leifert, alguém que viesse do esporte e fosse "descolada". Ela não é péssima, mas também não é fora de série; acho a Bárbara Coelho melhor apresentando inclusive. Mas concordo que a presença dos dois atores a prejudicava, pois ficava um exagero de apresentadores, sem a menor necessidade.

    Como já falei outras vezes aqui, me parece claro que a solução da faixa horária seria a expansão definitiva do Jornal Hoje e a volta do Vídeo Show aos sábados, de forma a ser um programa não apenas sobre o umbigo da Globo, mas de cultura em geral.

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    1. O vídeo show curtinho poderia voltar junto com o vale a pena no horário antigo com novelas clássicas ..chega de talk shows ou novos vídeo games. ..acho que não funciona mais ..esse ano com produções quase paradas não faz sentido nenhum um novo programa

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    2. Alexandre, eu evito falar de audiência justamente porque há vários "senões". Mas é inegável que a audiência de São Paulo é muito importante para o mercado publicitário. Sendo assim, não dá pra negar que o BG foi responsável, sim, pelo fim do Vídeo Show. É um fato.

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  3. Olá, tudo bem? Sobre o post anterior: eu já tinha indagado isso. Xuxa não cumpria a meta de audiência na poderosa TV Globo. Imagine o que aconteceria na Record... Dito e feito....Xuxa é uma das personalidades mais sobrevalorizadas da nossa televisão. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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    1. Podiam refazer o vídeo show e botar a Xuxa ..um programa sobre ela mesma não rende mais mas um formato ela ainda atrairia anunciantes e ainda poderiam reprisar os programa antigos

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    2. Oi Fabio, tudo bem? Concordo com você, também já havia apontado isso na ocasião da contratação da Xuxa. Ela já não era boa de audiência faz tempo. Mas isso não a desmerece enquanto artista. Então discordo com você que ela é sobrevalorizada. Ela vale o que ela representa, é um fato. Mas o auge dela já passou. Porém, ainda é uma personalidade relevante, basta ver que tudo o que ela faz repercute. Abraço!

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  4. Preferia as reprises da graça e família ou uma série do Globoplay no horário ou novela mesmo

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  5. Acho que as pessoas exageram muito nas criticas ao programa, o programa é ruim mas tem piores e tal. O pessoal pega muito pesado, meio torcendo contra.

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    1. Discordo. O programa é ruim. Ninguém disse que é o pior. Sim, tem piores, e falamos deles também. Uma coisa não anula a outra. Não é torcida contra, é constatação.

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  6. A pandemia é algo tenebroso, mas por causa dela, o Se Joga evaporou (males que vem para o bem?)
    Angélica e Xuxa juntas nesse horário abalaria tudo!
    kkkkkk

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  7. Tentaram inventar demais. De repente se apostassem num programa básico, com música e entrevistas, funcionasse melhor que toda essa parafernália desesperada.

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  8. Oi Julia! Entre em contato no andrebarbarasantana@hotmail.com

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