O site TV História
publicou hoje, 07, uma informação bastante curiosa e interessante. O portal
lembrou que, há exatos 20 anos, a Record inaugurava sua teledramaturgia com a
estreia da minissérie A Filha do Demônio. Não era bem a primeira
produção na área da Record, afinal, o canal produziu novelas entre os anos 1960
e 1970. Mas essa era a “velha” Record, que pertencia à família Machado de
Carvalho. A Filha do Demônio foi obra da “nova” Record, controlada por
Edir Macedo a partir do início dos anos 1990.
A Filha do Demônio
estreou no dia 07 de março de 1997. Era a primeira produção da faixa Série
Verdade, exibida na faixa das 20 horas. A proposta da faixa era exibir
minisséries baseadas em depoimentos de fiéis da Igreja Universal do Reino de
Deus, ou seja, tramas com um profundo viés evangelizador. E a primeira trama já
trazia um tema polêmico: o satanismo. Protagonizada por Patricia de Sabrit, que
vivia o papel-título, e João Vitti, vivendo o próprio Cramulhão, A Filha do
Demônio contou, em cinco capítulos, a história de uma menina cujo pai
vendeu a alma dela ao diabo em troca de melhorar de vida. A menina cresce
atormentada por demônios, afunda-se nas drogas e prostituição, revolta-se
contra o pai, e só se salva quando encontra a igreja.
A produção
caracterizou-se pela produção tosca, com sérias restrições orçamentárias.
Cenários toscos, atuações sofríveis, texto maniqueísta e tolo e muito humor
involuntário marcaram A Filha do Demônio. A atração exibia cenas
grotescas, como a menina bebendo sangue de cachorro, ou o capeta bebendo sangue
de uma mulher num ritual satânico (que parecia se passar no inferno, mas, curiosamente,
tinha um extintor de incêndio em cena). E a faixa Série Verdade seguiu
com Olho da Terra, minissérie em 10 capítulos que mostrava uma senhora
que fazia “trabalhos” para prejudicar a todos que odiava. Pra variar, não
faltou desinformação e preconceito no trato de religiões de origem afro.
Depois disso, a
teledramaturgia da Record foi se abrindo a outros temas não-religiosos, como a
minissérie Por Amor e Ódio, exibida a partir de julho de 1997 e
protagonizada por Gabriel Braga Nunes. No entanto, tramas evangelizadoras
seguiram na faixa Caminhos da Esperança, que exibiu séries como Janela
Para o Céu, Velas de Sangue, A Sétima Bala e O Desafio de Elias.
Enquanto isso, Por Amor e Ódio foi substituída por Canoa do Bagre,
uma produção em 79 capítulos que pode ser considerada a primeira novela da
“nova” Record. Escrita por Ronaldo Ciambroni, dirigida por Atilio Riccó e com
Othon Bastos e Gianfrancesco Guarnieri no elenco, a trama também tinha um fundo
religioso, já que seus personagens frequentavam cultos da Igreja Universal.
Mas o sucesso na
teledramaturgia da Record só viria de fato com Estrela de Fogo, novela
que estreou em 1998 e era produzida pela JPO, produtora de José Paulo Vallone,
que também era superintendente artístico da Record. A trama de Yves Dumont foi
bem de Ibope e até ganhou uma segunda fase, estendendo-se até 1999. Em seguida,
a JPO produziu Louca Paixão e Tiro e Queda. Já a partir de 2000, a própria Record
assumiu as produções de novelas, lançando Marcas da Paixão, Vidas Cruzadas e
Roda da Vida. Com o fiasco desta última, a emissora interrompeu a
produção de novelas, retomando em 2004 com a fracassada Metamorphoses,
em parceria com a Casablanca. Na sequência, a emissora produziu seu remake de A
Escrava Isaura, fazendo as pazes com o Ibope e iniciando sua nova fase na
teledramaturgia que, entre altos e baixos, segue até os dias de hoje.
Interessante, não?
André Santana
4 Comentários
Nossa fiquei com medo dessas novelas dá Record que vc narrou ,pelo jeito eram bastante pesadas principalmente acredito que A filha do demônio !
ResponderExcluirAcredito que o canal quer esquecer essa fase !
Dae eu lembro de Estrela Fogo , assisti a reprise e gostei na época ,trama simples mais bem feita na época sem cunho religioso ,com ar de sertanejo !
Dá Record em 1997 lembro que assistia aos infantis Agente G e tarde criança com Mariane ( com Jaspion e CIA) que bons tempos esses infantis acredito que era o que tinha de melhor no canal dá época
Eu A-MA-VA o Agente G! Lembro que, quando estreou, era um programa de dramaturgia muito bem feito, com boas histórias, e passava no horário nobre, às 20h. Era muito, muito bom! Depois passou para as manhãs/tardes, com um formato diferente, com quadros isolados e desenhos. Não era tão bom quanto o noturno, mas também era interessante. Saudades do Gerson de Abreu, grande cara! A Filha do Demônio era muito mais tosca do que assustadora, assim como Olho da Terra. O terceiro capítulo de A Filha do Demônio está na íntegra no YouTube, procure e veja. Você vai rir! rs.
ExcluirEu so lbro de eliana e alegria. Univo infantil da record que lembro saudades dos programas infantis....esses seriados da ivreja nao perdem pra filmes de terror
ResponderExcluirAntes da Eliana, a Record não tinha muita tradição em infantis. Teve o Agente G, Tarde Criança com Mariane, Mara Maravilha Show, Mundo Maravilha, Desenhos da Vovó e o Desenho Mania, mas nenhum deles fez graaaande sucesso. Foi com Eliana e Alegria que a emissora começou a competir, mesmo, com os infantis do SBT e da Globo.
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