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Fernanda Lima sai fortalecida da mais difícil temporada de "Amor & Sexo"

"Não sou um amorzinho?"
Assistir às reprises do Amor & Sexo veiculadas no canal Viva é um exercício interessante. O repeteco oportuniza notar a evolução do formato, que passou de um banal game show comportamental para um contundente debate de ideias. No entanto, não foi apenas o formato que evoluiu. Fernanda Lima, a cada ano, mostra cada vez mais firmeza e maturidade à frente da atração.

Contratada da Globo desde 2005, Fernanda Lima sempre foi um curinga dentro da programação do canal. Inicialmente, foi requisitada para cobrir a licença-maternidade de Angélica à frente do Vídeo Game. Em seguida, aventurou-se como atriz de novelas, nos elencos de Bang Bang e Pé na Jaca. Paralelamente, surgia à frente de séries e especiais, como o saudoso docudrama Por Toda Minha Vida. Em 2009, finalmente ganhou um palco para chamar de seu, o Amor & Sexo.

Por circular livremente pelo entretenimento da Globo sem um terreno fixo, Fernanda Lima era vista como uma espécie de “mestre de cerimônias”. Foi somente quando chegou ao Amor & Sexo que ela se viu livre para exercitar sua porção de comunicadora. Neste contexto, programa e apresentadora evoluíram juntos. De repente, Amor & Sexo ganhou um propósito mais engajado e informativo. E a apresentadora vestiu esta missão. Foi um feliz caso em que formato e apresentador se tornam uma coisa só. O discurso de Fernanda se alinhou ao discurso do programa. Amor & Sexo, então, se tornou o “programa da Fernanda Lima”.

Quando Fernanda Lima assumiu também a redação da atração, junto com os roteiristas Antonio Amancio, Paola Lins, Daniela Amorim, Maria Nattari, Milly Lacombe e Patrick Sampaio, os ideais de Amor & Sexo ficaram ainda mais alinhados aos da apresentadora. Isso deu substância para que o que era dito por Fernanda à frente do programa imprimisse mais credibilidade. É um texto pronto, mas que cabe perfeitamente à boca da artista.

Assim, Fernanda Lima chegou ao auge de sua maturidade como apresentadora de TV. Não somente no discurso, mas também no domínio de seu palco e de suas atrações. Fernanda não somente abarca sua fala, mas também sabe interagir com a plateia e seus convidados. Além disso, claramente se diverte em cena. Mostra uma porção de animadora cada vez mais evidente, orquestrando bem os momentos de diversão e informação do programa.

Na última terça-feira, 11, ela encerrou mais uma temporada de Amor & Sexo. A mais difícil temporada da atração, sem dúvidas. O programa enfrentou a baixa audiência, um patrulhamento conservador e o desgaste natural da fórmula. E Fernanda Lima saiu por cima em meio a este furacão, o que evidencia mais ainda sua maturidade profissional. Assim, justamente pela capacidade do formato de provocar reação, sua relevância ainda deve ser considerada. É um programa necessário.

André Santana

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9 Comentários

  1. Acho prudente um programa que discuta assuntos tão relevantes, em especial nos dias atuais, mas creio que o formato desgastou. Se observar bem, os temas são praticamente os mesmos a cada ano, só mudam os personagens. Não que não seja interessante ouvir diferentes histórias de luta contra o machismo, racismo e homofobia, só pra mencionar alguns, pelo contrário. Já fui fã do programa em seus diferentes dias de exibição, hoje, não troco MasterChef por Amor & Sexo de jeito nenhum.

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    1. Oi Ed! Concordo com você que o formato anda desgastado. Mas, enquanto proposta, Amor & Sexo deve continuar. Caso ele volte, torçamos para que seja novamente reformulado, sem perder de vista seu papel social. Creio que é possível.

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  2. Sempre gostei da Fernanda Lima, inclusive a atriz. Adorei Pe na Jaca, e a sua Maria foi uma das personagens que amei. Assim como ela apresentando Por Toda Minha Vida ou Super Star. E preferi ela apresentando Video Game do que a titular Angelica. Mas foi em Amor e Sexo que ela realmente cresceu, e tomou o programa como seu. Amor e Sexo nunca foi um estouro de audiencia, e mesmo no inicio, quando era apenas um game, ja era ousado justamente por falar de sexo em horario noturno na Globo. Com o tempo, se transformou num programa de debate de ideias e nesse ultimo ano, Fernanda foi uma das redatoras do programa. Amor e Sexo, juntamente com Ta no Ar e depois um pouco o Conversa com Bial, sao os programas mais progressistas da Globo, abordando temas e dando espacos pras minorias e direitos humanos, sem ser chato. Eh justamente em Amor e Sexo que eh mostrado a nocao de familia numa sociedade moderna, contemporanea, aberta e tolerante, coisa que deveria ser em Tamanho Familia, mas la eh mostrado a familia tradicional sem agregar todos os segmentos da nocao real do mundo moderno. Mostra que nao podemos estar preso a padroes, e nem hostilizar quem esta fora do tal padrao. Desculpa em falar de politica, mas com a vitoria do Bolsonaro, os conservadores e preconceituosos nao tem mais vergonha e mostram sua cara, com atos de violencia fisica e verbal. Portanto, como voce mesmo diz, eh necessario programas como Amor e Sexo. Ano que vem sera a ultima temporada de Ta no Ar. Vamos torcer para que tenhamos mais uma temporada de Amor e Sexo, porque, mais do que audiencia, o que agrega valor ao programa, eh a unanimidade que as minorias e os excluidos aplaudem o programa, justamente por dar voz sem ser chato. Entretenimento ativista eh necessario principalmente em tempos obscurantistas que uma parcela enorme da populacao e por tabela a audiencia de tv, esta se mostrando conservadora e preconceituosa.

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    1. Falou tudo, Daniel! Assino embaixo!
      Aliás, eu também adorava a Maria Bo! Acho que ela foi genial em Pé na Jaca. Sobre o Vídeo Game, eu não gostava dela na primeira vez. No entanto, quando ela retornou ao programa na segunda gravidez de Angélica, eu a achei muito melhor. Tanto que senti quando ela saiu. E eu adorei aquele momento em que ela saiu, grávida, e devolveu o programa para Angélica. Bons momentos da telinha...

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  3. Parabéns, André. Sua análise foi de uma precisão cirúrgica. Fernanda Lima deu sua cara a tapa ao promover um debate maduro sobre diferentes temas no campo progressista. Tudo isso no momento mais conservador e mais à direita que o país está vivendo nos últimos anos. Fernanda Lima passa verdade no vídeo. É uma pessoa que dá a sensação de ser uma amiga sua que te entende. Adorava "Amor & Sexo", mas o ciclo acabou.

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    1. Ainda acredito que o Amor & Sexo pode voltar renovado. Torço por isso.

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  4. Discordo em relação ao programa ser um palco de debates, não é. Debates demandam a oposição de ideias, o que não ocorre no programa. Cada convidado apenas confirma e reforça a opinião do anterior, tornando a atração uma câmara de ecos. Creio que essa dinâmica acaba dando um ar proselitista à atração, tornando-o bastante antipático para a audiência - vide seus números.

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    1. Creio que isso acontece porque os assuntos tratados não cabem um viés "contra". Por exemplo, como alguém pode se posicionar contra a homossexualidade, se a homossexualidade não é uma escolha?

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    2. Concordo com o André. O papel do programa é justamente a desconstrução de estereótipos machistas e LGBTfóbicos. O brasileiro médio carece de conhecimento nesse assunto, vide o resultado das eleições, onde mostrou um povo que, sequer, apura a fonte de uma notícia, acredita em fake fews e argumenta com a profundidade de um pires. "Amor e Sexo", pode tet causado rejeição e boicote de certos grupos, porém, a missão de fazer pensar e jogar uma "sementinha" no encareramento nacional, já é de grande valia.

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