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Eu também fui visitar minha amiga Celeste no Castelo! |
A trama era simples e encantadora. Passava-se num castelo localizado no centro de São Paulo, onde vivia uma família de feiticeiros. Nino (Cássio Scapin), o protagonista, era um aprendiz de feiticeiro de 300 anos de idade, que vivia com seus tios, o feiticeiro e inventor Doutor Victor (Sérgio Mamberti) e a bruxa Morgana (Rosi Campos). Sozinho e triste por não poder ir à escola, afinal nenhuma instituição aceitava um garoto de 300 anos, Nino resolve, então, lançar um feitiço numa bola e atrair três crianças para o castelo. Pedro (Luciano Amaral), Biba (Cinthia Rachel) e Zequinha (Freddy Allan), assim, chegam ao castelo e ficam amigos de Nino e dos demais moradores do lugar. Que eram muitos seres fantásticos, como a cobra Celeste, o monstro Mau, as botas Tap e Flap, as fadinhas Lana e Lara (Fabiana Prado e Theresa Athayde), a gralha Adelaide, o Gato Pintado, entre muitos outros.
Além destes, o Castelo ainda recebia muitos visitantes, como o extraterrestre Etevaldo (Wagner Bello), a personagem do Folclore Caipora (Patrícia Gaspar), a jornalista Penélope (Angela Dip) e o entregador de pizza Bongô (Eduardo Silva). Havia ainda um vilão, Doutor Abobrinha (Pascoal da Conceição), que vivia se disfarçando para enganar as crianças e tentar comprar o Castelo. Seu objetivo era destruí-lo, para construir no local um prédio de 100 andares!
Há muitos episódios memoráveis, como o já citado primeiro, quando Nino e as crianças se conhecem. Também são inesquecíveis os capítulos em que o Doutor Abobrinha surgia fantasiado de Bongô e Penélope. Também foram muito divertidos os episódios em que Nino deixa o Castelo, como aquele em que Morgana leva todos ao zoológico, ou quando Nino vai conhecer a fazenda dos pais de Bongô. E como esquecer do crossover com Glub Glub, quando Etevaldo leva o castelo para o fundo do mar, e Nino bate um papo com os peixinhos Glub e Glub (Carlos Mariano e Gisela Arantes), protagonistas de outro infantil da TV Cultura. Isso sem falar no episódio da festa de aniversário de 6000 anos de Morgana, um dos raros momentos em que todo o elenco aparece junto.
Assim como seu antecessor, Rá-Tim-Bum, produzido em 1990, o Castelo Rá-Tim-Bum era formado por uma série de quadros educativos e didáticos, que passavam noções de cores, números, formas, ritmo, higiene, meio ambiente, ciências, dentre vários outros assuntos. No entanto, enquanto o Rá-Tim-Bum original apresentava os quadros isoladamente, no Castelo todo o conteúdo era costurado pelas aventuras de Nino e seus amigos. Na verdade, a ideia inicial da TV Cultura era produzir novos episódios do Rá-Tim-Bum, e foi criado o núcleo do castelo como um segmento da nova leva. Mas, durante a pré-produção, o quadro cresceu e acabou se tornando o protagonista da atração, o que se revelou uma excelente ideia. Castelo Rá-Tim-Bum registrava média de 12 pontos no Ibope, chegando a picos de 14 pontos, excelentes índices para os padrões da Cultura.
O programa deu tão certo que se tornou uma febre entre as crianças da década de 1990, reproduzindo-se em diversos subprodutos. Foram lançados uma série de excelentes livros infantis, que contavam curiosidades dos personagens do Castelo (em O Álbum do Nino, por exemplo, o leitor descobre quem são os pais de Nino e porque eles não aparecem na série), um CD com a trilha sonora, fitas VHS com os episódios, produtos licenciados e até uma revista em quadrinhos bem divertida. Com o Castelo, a marca Rá-Tim-Bum se tornou uma grife, tornando-se o nome de uma terceira série infantil, a Ilha Rá-Tim-Bum, e também de um canal de TV, a TV Rá-Tim-Bum (que produziu outros infantis com o título, como o Teatro Rá-Tim-Bum).
Com um roteiro inteligente, atores maravilhosos e muita fantasia, o Castelo Rá-Tim-Bum conquistou o coração de seus fãs para sempre. Tanto que a exposição sobre a série realizada no MIS – SP, em 2015, e, depois, no Memorial da América Latina, atraem uma verdadeira legião de fãs, de todas as idades. Um programa tão delicioso que uma reprise é sempre bem-vinda. Castelo Rá-Tim-Bum é desses raros programas que são eternos, tanto na TV quanto no coração dos fãs.
André Santana
Um bom programa não produzido pela Globo...assistir muito as reprises na antiga tve Brasil do RJ....esse e cocorocó eram os hits da tarde
ResponderExcluirCastelo era uma delicinha de programa! Via na exibição original, me sentava diante da TV ansioso às 19 horas para conferir o Castelo!
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