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Morre Carlos Amorim: jornalista premiado teve passagem curiosa pelo SBT e dirigiu Ratinho

Carlos Amorim dirigiu Ratinho e Adriane Galisteu no SBT
Carlos Amorim dirigiu Ratinho e Adriane Galisteu no SBT
(montagem/reprodução/divulgação)

Neste sábado, 21, faleceu o jornalista Carlos Roberto Amorim da Silva, conhecido na TV principalmente por sua passagem pelo  Fantástico. Ele tinha 71 anos e estava internado no hospital oncológico AC Camargo, no bairro da Liberdade, em São Paulo. A família não divulgou a causa da morte.

Além do Fantástico, Carlos Amorim teve outras importantes contribuições à televisão brasileira. Na Globo, ele atuou também no Jornal Nacional, Jornal da Globo e Jornal Hoje, além do Globo Repórter. Ele também foi diretor de jornalismo da extinta Manchete, foi criador da BandNews e também passou pela Record, como o primeiro diretor do Domingo Espetacular, programa “inspirado” no Fantástico que estreou em 2004..

São tantos trabalhos relevantes que muitos nem se lembram da curiosa passagem de Amorim pelo SBT após o êxito do Domingo Espetacular. Em abril de 2005, Silvio Santos o contratou no intuito de desenvolver o projeto de algo semelhante ao programa da concorrência, ou seja, uma revista eletrônica semanal que misturaria jornalismo e entretenimento. Sua contratação pelo SBT foi noticiada pelo jornalista Daniel Castro na Folha de S. Paulo, em 11 de abril de 2005.

Posteriormente, correu um burburinho que Amorim seria responsável por um programa aos moldes do Tudo a Ver, revista vespertina diária comandada por Paulo Henrique Amorim e Patrícia Maldonado que fez muito sucesso na Record. No entanto, isso nunca chegou a acontecer. Ou melhor, até aconteceu, mas da maneira mais SBT possível.

O "novo" Ratinho

O apresentador Ratinho
O apresentador Ratinho (divulgação/SBT)

Na época, Ratinho enfrentava desgaste e Silvio Santos buscava um novo formato para o animador. No início de 2005, o Programa do Ratinho foi transformado num programa de variedades exibido três vezes por semana, às quartas, sábados e domingos, com games e quadros diversos. Mas a transformação não deu certo. Com isso, Silvio Santos recrutou Amorim para dirigir Ratinho. Inicialmente, a ideia era que o “roedor” passasse a comandar uma revista eletrônica diária chamada Isso É Brasil, na faixa das 19 horas.

A atração estreou em 9 de maio de 2005, mas manteve o título Programa do Ratinho. Sob direção de Carlos Amorim, a atração voltou a ser ao vivo e contava com uma equipe de reportagem que trazia, a cada dia, matérias sobre assuntos cotidianos. A experiente Amália Rocha, por exemplo, foi incorporada ao programa, chegando a aparecer como uma espécie de co-apresentadora. Eleonora Paschoal foi outra repórter que passou a dividir o comando do programa com Ratinho. No palco, o apresentador recebia convidados e comentaristas para tratar dos assuntos das matérias exibidas.

Ou seja, na prática, o Programa do Ratinho sob a direção de Carlos Amorim se tornou uma espécie de Tudo a Ver a la SBT, com Ratinho fazendo as vezes de Paulo Henrique Amorim. A atração chegou até a concorrer com o programa da Record, já que, em agosto de 2005, o programa “pulou” da faixa das 19h para os finais de tarde, às 17h, permanecendo ali até o início de 2006.

Depois de Ratinho, Adriane Galisteu

Adriane Galisteu à frente do Charme
Adriane Galisteu à frente do Charme (divulgação/SBT)

Em 2006, Adriane Galisteu vivia um período turbulento no SBT. A apresentadora havia estreado seu Charme nas tardes da emissora em 2004, mas estava insatisfeita com o formato no estilo game show, o que rendeu várias rusgas entre ela e Silvio Santos. Em 2005, o dono do SBT resolveu atender aos anseios da artista e transformou o Charme num semanal noturno, inicialmente às quartas-feiras e, depois, aos sábados.

No entanto, o programa não decolou nas noites de sábado. E Silvio Santos bradava por aí que Adriane Galisteu era cara demais para aparecer na tela apenas uma vez na semana. Por isso, em março de 2006, o homem do Baú determinou que o Charme voltasse para a grade diária, nos finais de tarde.

Assim, Charme passou a ser exibido de segunda a sexta às 17h. Já o Programa do Ratinho voltou para o horário nobre, às 21h30, e retomou seu antigo formato meio “circo”. Com isso, Carlos Amorim deixou de dirigir o programa do apresentador e foi recrutado para comandar a atração de Adriane Galisteu, dividindo a direção com Nilton Travesso. Porém, Travesso não gostou nada da ideia e pediu para deixar o Charme.

O que aconteceu depois disso foi curioso: o Charme simplesmente “absorveu” o formato que o Programa do Ratinho apresentava às 17h, inclusive com o time de repórteres. Na atração, Galisteu recebia convidados para debater os assuntos do dia, além de tratar de pautas de saúde e comportamento (veja no vídeo abaixo). Era a mesma revista que Ratinho comandava, mas sob o comando de Adriane.


O Charme com cara de Programa do Ratinho e inspirado no Tudo a Ver - praticamente o refresco de laranja que parece limão e tem gosto de tamarindo do Chaves-  ficou assim até o final de 2006, quando Celso Portiolli assumiu o comando da atração e voltou a apresentar os games que Adriane tanto detestava. Deste modo, chegou ao fim o trabalho de Carlos Amorim no SBT.

André Santana

22/10/2023

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