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Onda de remakes escancara falta de novelistas no horário nobre da Globo

Reynaldo Gianecchini e Vera Fischer em Laços de Família
Reynaldo Gianecchini e Vera Fischer em Laços de Família (reprodução)

Maior acerto do horário nobre da Globo nos últimos anos, Pantanal (2022) deve abrir caminho para uma onda de remakes na faixa das 21 horas da emissora. O clássico de Benedito Ruy Barbosa quebrou um tabu, afinal, a Globo sempre apostou em remakes, mas raramente os exibia no horário das nove. Com isso, abriu um precedente e pode tornar regravações de novelas um recurso comum ali.

Tanto que o remake de Renascer (1993) é a trama mais cotada para suceder Terra Bruta (ou Terra Vermelha, novela de Walcyr Carrasco que ainda não tem título definitivo). Mas, de acordo com o site NaTelinha, a coisa não deve parar por aí. De acordo com a publicação, a Globo pretende apostar, também, em novas versões de novelas de Gilberto Braga e Manoel Carlos. Laços de Família (2000, foto), por exemplo, seria uma das tramas cotadas.

Tudo ainda está no campo das especulações. No entanto, na atual situação da Globo, não seria de se estranhar que essa ideia fosse levada adiante. Afinal, faltam autores no canal para assinar produções inéditas na faixa das nove. Com isso, remakes não seria apenas um recurso para elevar a a audiência, mas também uma extrema necessidade.

Enquanto respondeu pela dramaturgia da Globo, o autor Silvio de Abreu promoveu uma grande renovação no banco de novelistas do canal. Sua gestão revelou nada menos que 17 novos autores, com a louvável intenção de garantir o futuro do gênero. Abreu já declarou diversas vezes que os “medalhões” da teledramaturgia estavam se aposentando e, portanto, revelar novos autores era fundamental para fazer a novela continuar existindo.

A política de renovação de autores orquestrada por Silvio de Abreu foi bem-sucedida na maioria dos casos. Nomes como Rosane Svartman e Daniel Ortiz se consolidaram na faixa das sete. Às seis, Alessandra Poggi, Alessandro Marson e Thereza Falcão foram boas revelações. No entanto, às nove, a renovação não aconteceu. Maria Adelaide Amaral, Manuela Dias e Lícia Manzo, as estreantes do horário na gestão Silvio de Abreu, não conseguiram empolgar o público.

Além disso, as novelas padecem com a atual política da Globo, que prioriza acordos por obra. A “novidade” chegou aos autores, e a emissora demitiu vários de seus roteiristas. Aguinaldo Silva, Angela Chaves, Elizabeth Jhin, Alcides Nogueira e Maria Adelaide Amaral foram baixas recentes. Para voltarem ao ar, eles terão que trabalhar “de graça” na elaboração de uma sinopse e primeiros capítulos. Somente com o projeto aprovado é que o contrato é assinado. Será que vai funcionar assim?

Nos últimos 30 anos, os maiores sucessos do horário das nove da Globo são de autoria de Gilberto Braga,  Aguinaldo Silva, Benedito Ruy Barbosa, Silvio de Abreu, Manoel Carlos, Gloria Perez, João Emanuel Carneiro e Walcyr Carrasco. Destes, o primeiro faleceu e os quatro seguinte estão aposentados ou fora do canal. Restam apenas os três últimos, um time pequeno demais para o tamanho do horário e da responsabilidade.

Assim, o horário nobre da Globo pode se tornar “refém” de remakes de Benedito Ruy Barbosa, Gilberto Braga e Manoel Carlos. O que mostra que os três veteranos não têm substitutos. É um problema que a atual direção de teledramaturgia da Globo, liderada por José Luiz Villamarim, precisa resolver.

André Santana

04/02/2023

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1 Comentários

  1. Olá, tudo bem? E na Record que exibe duas reprises em pleno horário nobre??? Fora a terceira reprise no horário vespertino.... Muitíssimo complicado.... Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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