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Pipoca da Ivete aposta em formato batido, mas apresentadora não decepciona

Ivete Sangalo no cenário de Pipoca da Ivete
Ivete Sangalo no cenário de Pipoca da Ivete (Fábio Rocha/Globo)

Pipoca da Ivete, a novidade das tardes de domingo da Globo, dificilmente existiria se Marcos Mion não tivesse lançado seu Caldeirão com Mion na emissora no ano passado. O ex-Record promoveu no novo canal um resgate do programa de auditório “clássico”, aquele que era feito com convidados, uma banda e uma plateia barulhenta.

Se Mion não tivesse transformado as tardes de sábado da Globo numa farofada, Ivete Sangalo não teria a oportunidade de fazer o mesmo aos domingos. A boa receptividade do Caldeirão, que aposta em games tipo “mão na caixa”, “adivinhe a música” e quadros de calouros, abriu caminho para que programas deliberadamente cafonas reconquistassem seu espaço na líder de audiência.

Não há segredo, mas há valor humano envolvido: o atual Caldeirão não seria nada sem um animador competente. É a performance de Marcos Mion que faz o programa dos sábados funcionar, mesmo com quadros dos tempos do Viva a Noite. 

Aos domingos, a coisa se repete. Ivete Sangalo tem veia de animadora, um talento já explorado nos tempos de Planeta Xuxa (1998) e Estação Globo (2006 - 2009). Pipoca da Ivete, então, se apoia no inegável carisma de sua apresentadora, e é isso que faz o programa funcionar.

Quadros batidos

A “preguiça” provocada pelas chamadas do Pipoca da Ivete tem razão de ser. O programa se apoia em quadros batidos e constrangedores. Um deles, o famigerado “desafio do biscoito”, já apareceu em auditórios passados e vídeos na internet, mas nunca foi algo legal de se assistir. Ou seja, não deveria ter voltado.

Por outro lado, há um tom nostálgico no auditório de Ivete, que passa pelos pompons na plateia e chega ao palco cheio de convidados. Games envolvendo famílias e famosos, normalmente regados a situações insólitas, como vento na cara e plataformas giratórias, fazem parte de um pilar da programação da televisão desde os tempos da TV a lenha.

Mas a profusão de formatos importados que pulularam na grade da TV aberta nos últimos anos acabou abolindo esta cafonice despretensiosa. Tanto que o extinto Domingão do Faustão e o atual Domingão com Huck nem se enquadram mais nesta categoria, já que são, basicamente, um amontoado de quadros enlatados (tipo Dança dos Famosos ou The Wall).

Sendo assim, por mais batidas que sejam as atrações do Pipoca da Ivete, elas parecem fazer sentido dentro daquela bagunça proposta. É algo que combina com as tardes de domingo e com a própria Ivete Sangalo. 

Críticas

Há quem tenha comparado Pipoca da Ivete com Casa Kalimann ou Zig Zag Arena. Injustiça. O primeiro é uma sucessão de erros, que começa com a própria escolha da apresentadora. Rafa Kalimann claramente não combina com aquela proposta nonsense. 

Já o Zig Zag Arena é um game show que errou no básico: não deixava o público brincar. Aquela arena pirotécnica parecia até divertida para quem participava, mas, para quem via em casa, era tudo muito confuso e chato.

Em compensação, Pipoca da Ivete cumpre o básico, pois diverte quem está em casa. Poderia ser melhor: se fosse ao vivo e menos roteirizado, a atração potencializaria ainda mais os predicados de Ivete Sangalo.

No entanto, em meio a uma TV cada vez mais pasteurizada, Pipoca da Ivete mostra que ainda existe espaço para um besteirol despropositado. É um formato de um tempo de uma televisão mais ingênua. Mas é eficiente em sua missão de divertir um espectador que curte uma ressaca pós-almoço de domingo. 

André Santana

30/07/2022


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1 Comentários

  1. Olá, tudo bem? Não fico entusiasmado nem com o Caldeirão com Mion e nem com Pipoca da Ivete.... Programas datados. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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