Maria Beltrão, nova apresentadora do É de Casa (reprodução/Instagram) |
Quando entrou no ar, em agosto de 2015, É de Casa passou aos espectadores a impressão de que era um programa criado para dar espaço a apresentadores sem projeto na Globo. A atração contava com seis nomes, sendo que cinco deles estavam na geladeira da emissora. Ana Furtado, Patrícia Poeta, Cissa Guimarães, Zeca Camargo, André Marques e Tiago Leifert comandavam o matinal.
Cissa Guimarães, Ana Furtado, André Marques e Zeca Camargo vinham de dispensas do Vídeo Show. A primeira, veterana do vespertino, se dividia entre quadros na atração e participações em novelas. Já Ana e André foram dispensados do clássico programa a partir da chegada de Zeca Camargo, que comandaria a nova versão do Vídeo Show. Versão esta que não funcionou, e o apresentador também ficou sem projeto.
Já Patrícia Poeta havia deixado o Jornal Nacional para se aventurar no entretenimento. A jornalista chegou a apresentar um projeto de programa solo para a direção da emissora, mas o tal programa jamais foi adiante. Com isso, ela passou a aguardar um novo projeto.
Tiago Leifert era o único que já tinha espaço no canal. Na época, o apresentador se dividia entre os programas esportivos da Globo e o The Voice Brasil. Com o convite para o É de Casa, Tiago deixou o Globo Esporte definitivamente, migrando de vez para o entretenimento. O apresentador foi o primeiro a deixar o matinal, no momento em que Pedro Bial deixou o BBB e o jornalista foi o escolhido para substitui-lo.
É de Casa foi criado para substituir a TV Globinho nas manhãs de sábado da Globo. Com as restrições à publicidade infantil, os programas para crianças passaram a ser um mau negócio para as emissoras, já que eles não faturavam. Com isso, ao trocar uma faixa de desenhos por uma revista eletrônica, a Globo aumentava o seu potencial de faturamento.
Substitutos
Primeiros apresentadores do É de Casa (divulgação/TV Globo) |
No ar, o É de Casa deu ainda mais a impressão de ser um “depósito” de apresentadores sem função. Isso porque, apesar de ter seis comandantes, “apenas” quatro eram vistos todos os sábados. Havia uma espécie de revezamento na apresentação do programa, e dois deles folgavam a cada edição da atração. Ou seja, de cara, o programa assumia ao público que tinha mais apresentadores que espaço.
Além disso, os apresentadores do É de Casa ganharam uma espécie de crachá de substitutos oficiais da Globo quando começaram a peregrinar por outros programas da emissora. Cada vez que Ana Maria Braga ou Fátima Bernardes ganhavam folga, uma dupla vinda do É de Casa assumia o Mais Você e o Encontro. Ana Furtado, André Marques, Zeca Camargo, Patrícia Poeta e Cissa Guimarães passaram pelos tradicionais matinais diários da emissora.
Ana Furtado, aliás, se tornou meme ao ser constantemente escalada para substituir apresentadores. Antes de aparecer nos matinais da Globo, a artista já havia coberto Angélica no extinto Estrelas, em duas licenças-maternidades da titular. No entanto, vê-se, é injusta que apenas Ana tenha essa fama de “eterna substituta”, pois todos os apresentadores do É de Casa passaram por isso.
Fim de contrato
Zeca Camargo e Cissa Guimarães (reprodução) |
Nos últimos anos, com a nova política de revisão de contratos, a Globo passou a cortar gorduras em seu cast, e o time do É de Casa sofreu baixas. A primeira dispensa foi Zeca Camargo, que saiu do ar em 2020, quando seu contrato com a emissora chegou ao fim. Tempos depois, foi Cissa Guimarães quem se despediu da atração e deixou o canal.
Ao mesmo tempo, profissionais que atuavam como repórteres do programa começaram a ganhar status. Manoel Soares foi o primeiro a ser incorporado ao time de apresentadores, inicialmente como substituto de André Marques (que deixa o programa temporariamente sempre que é recrutado para outros projetos, como The Voice + e No Limite) e, depois, incorporado de vez. Talitha Morete também entrou assim, cobrindo ausências de Patrícia Poeta.
Ou seja, depois de ser um “depósito” de apresentadores encostados, o É de Casa passou a ser um laboratório de apresentadores, “treinando” nomes com algum potencial. Além de Manoel e Talitha, a jovem Tati Machado também ganhou espaço por ali.
Nova era
Talitha Morete no É de Casa (reprodução) |
Agora, com a saída de Patrícia Poeta e Manoel Soares, que substituirão Fátima Bernardes no Encontro, o É de Casa passará por uma reformulação total em seu time de apresentadores. Maria Beltrão, Thiago Oliveira, Rita Batista e Talitha Morete foram escalados para a nova fase do matinal, que muda de status definitivamente.
Desta vez, o É de Casa não será apresentado por apresentadores sem projeto, já que todos os novos comandantes estão no ar. A atração, agora, dará espaço para nomes não tão conhecidos, mas muito experientes, que ganham uma chance de crescerem na emissora. Rita Batista, Thiago Oliveira e Talitha Morete são talentosos, simpáticos e renovarão a atração.
Além deles, há Maria Beltrão, que já flerta com o entretenimento no Estúdio I, da GloboNews. Na Globo, a apresentadora é conhecida pela apresentação de eventos, como o Carnaval e o Oscar, sempre com muita simpatia e competência. Ao migrar para o entretenimento e para a TV aberta, Maria Beltrão deve se fortalecer como um dos principais nomes da Globo, status merecido.
Em comum, os novos apresentadores do É de Casa têm experiência no jornalismo. Como o matinal, há tempos, perdeu o formato “faça você mesmo” e se tornou uma revista de variedades com muitos quadros informativos, o novo time reforçará este viés jornalístico da atração. Isso tende a deixar o programa mais interessante.
Por fim, a reformulação do É de Casa coloca fim à era dos eternos curingas da Globo. André Marques e Ana Furtado saem enfraquecidos destas mudanças. Num passado recente, a dupla, mais Márcio Garcia e Tiago Leifert, eram sempre os escolhidos para preencherem qualquer vaga que se abria. Agora, a emissora tem Fátima Bernardes, Tadeu Schmidt, Fernando Fernandes (em No Limite) e Maria Beltrão, entre outros. Sem dúvidas, uma grande transformação.
André Santana
16/04/2022
1 Comentários
Olá, tudo bem? Eu gosto do É de Casa. Na minha opinião, é um programa agradável. Será que não seria interessante a Globo exibir o programa Estúdio I na programação vespertina? Sempre penso nisso. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br
ResponderExcluir