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Arrastado, "Game dos Clones" é pouco original e desperdiça Sabrina Sato

 

De olho no potencial comercial de Sabrina Sato, a Record a contratou no intuito de transformá-la numa estrela. E não há como negar que Sabrina é, sim, uma estrela. Mas não por causa da Record. Na verdade, a simpática “japa” chama mais a atenção quando participa como convidada de uma atração, ou até mesmo em suas redes sociais. Seu canal no YouTube, por exemplo, tem momentos bem divertidos.

Mas na Record, a apresentadora encarou o Programa da Sabrina, que, embora tivesse seu nome, era um espaço que pouco tinha a ver com ela. Depois, se viu diante de outra roubada, o “novo” Domingo Show. E acabou tendo o mesmo destino de outros apresentadores da emissora, tornando-se comandante de formatos. Sua primeira empreitada neste sentido foi o Made in Japão, que estreou como quadro do Domingo Show, mas se tornou um programa solo logo depois. O formato era inusitado o suficiente para Sabrina “combinar” com tudo aquilo. Foi bem, apesar de o programa ter passado em brancas nuvens.

Mas o mesmo não se pode dizer de Game dos Clones, o novo formato apresentado por Sabrina Sato. Além de praticamente não ter espaço na atração, o programa nem ao menos tem um formato interessante. A atração é “gelada”, incapaz de envolver o espectador.

Game dos Clones é uma variação dos famosos programas de namoro. Ele segue o modelo “resta um”, no qual um protagonista vai eliminando candidatos ao longo do episódio. Ou seja, na prática, é uma versão mais “grandiosa” de formatos como o Xaveco, do SBT, ou o Fica Comigo, da antiga MTV Brasil.

O diferencial é o fato de os candidatos serem fisicamente iguais. A proposta é até interessante, afinal, se o aspecto físico não conta pontos, a escolha se dará pelas diferenças entre as personalidades dos concorrentes. Mas, na prática, isso não funciona. O episódio é apressado demais, com provas acontecendo a todo o momento. Isso faz com que o espectador não se envolva com a escolha do protagonista.

Afinal, o espectador vê apenas concorrentes fisicamente semelhantes. Não há tempo para entender quem são eles e assimilar suas diferenças. Quem assiste não capta quem é mais simpático, quem é mais bem humorado, ou quem é mais narcisista. São todos iguais, e não há espaço para ressaltar quem é quem.

Além disso, as provas não ajudam muito. No episódio de estreia, por exemplo, os candidatos precisaram mostrar suas habilidades de montar uma barraca. Foi uma sequência tediosa em meio a um episódio marcado pela pressa e pela falta de emoção.

Nota-se um esforço da produção de buscar pessoas que rendam. A protagonista da estreia era uma jovem muito bonita, simpática e bem articulada. Mas não houve material suficiente para que o público embarcasse no jogo e se envolvesse com a escolha dela.

Em meio a tudo isso, Sabrina Sato surgiu como coadjuvante de luxo. O espaço da apresentadora é bastante limitado, e suas aparições nem ao menos se justificam. Até houve um ou outro comentário espirituoso da “japa” no meio da competição, mas nada que a fizesse brilhar.

Ao entregar a Sabrina o comando de Game dos Clones, a Record encaixota sua apresentadora. A artista, cuja principal característica é o senso de humor, aparece quase como uma mestre de cerimônias. Aos poucos, a emissora vem pasteurizando seus comunicadores, transformando todos em cerimonialistas sem traço de personalidade.

André Santana

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12 Comentários

  1. Traço em comum da Record sensacionalismo e apresentadores chatos

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    1. Eu ia comentar algo, mas o Miguel sintetizou o que eu queria dizer, rsrs...

      Nem acho a Sabrina tão ruim assim, mas é como o André disse; ela é melhor como convidada ou como alguém que não tenha de seguir um roteiro para apresentar. E a Record pasteuriza tudo e faz com que tudo fique com um ranço de sensacionalismo ou de filme repetido. Difícil emplacar... (A Fazenda é uma exceção, como o Big Brother é uma exceção no mundo, brasileiro gosta desse tipo de formato mais do que em qualquer lugar no planeta pelo visto).

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    2. A Fazenda funciona justamente por não ter direito ..e eo espiar a vida alheia intriga fofoca, o que o povo adora....em programas acho a Record formal demais. ..por exemplo a Luciana Gimenez tem um programa ruim na e espontânea. ..coisa que pa da Record não passam

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    3. Boas observações.

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  2. Olá, tudo bem? Assisti à estreia e não achei a atração ruim. Funciona na noite de sexta após A Fazenda. Não há muitas opções no horário. Sobre a Sabrina: tenho minhas ressalvas que comentarei no meu blog. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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    1. Oi Fabio! Concordo que não há opções no horário. Mas isso não impede Game dos Clones de ser bem fraquinho. Não entendo fazerem uma produção dessas, que parece grandiosa, só pra fazer a mesma coisa que o Xaveco faz com menos investimentos... abraço!

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  3. A Sabrina Sato infelizmente ainda não se firmou na Record que por sua vez desperdiça o potencial que ela tem pra apresentar programa, o que é uma pena.

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    1. Kleber, eu ainda não sei dizer se Sabrina será uma apresentadora das boas! Acho ela demais, muito carismática e divertida! Mas talvez ela seja mais uma figura midiática que uma apresentadora.

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  4. Oi André mais uma vez parabéns pelo seu texto e trabalho.
    A Sabrina tem evoluído pouco a pouco ,mas o game dos clones não é pra ela. E só uma mestre de cerimônia que nem aparece.
    Se acontecer de ela assumir o Dancing Brasil no lugar da Xuxa, espero que ela se solte mais com sua simpatia e humor além de um pouco de improviso.

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    1. Oi Douglas, agradeço o elogio! Acho que Sabrina fará o Dancing muito bem, caso ela realmente assuma o programa. Mas, de novo, será um programa que não explora suas qualidades.

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  5. André, hoje em dia vemos emissoras de TV não índices bem baixos, inclusive as abertas como gazeta, Rede tv ! Claro em que alguns casos são programas questionáveis
    Minha pergunta é Com o surgimento de muitos serviços de streaming vai afetar e muito a TV? Me parece que jaja vai ter mais opções para assistir ( tv aberta .fechada, streaming, TVs U.H.F , regionais)do que consumidor kkk
    Acho que está surgindo muito streaming será que tem público assim ? EXistem emissoras dsndo traço ou baixa audiência, seria um nova tendência mesmo?
    Sou da época que parabólica era ostentação kkk

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    1. Caio, eu dei uma palestra essa semana (sou chique) e me perguntaram exatamente isso. Respondi que eu acho que ainda falta muito para o streaming ameaçar, de fato, a TV aberta. Embora o streaming tenha crescido muito, ele ainda não chega em todo mundo. Há muitas pessoas sem internet, ou com internet muito ruim, e que também não têm condições de assinar um serviço como este. Hoje, todo mundo que a gente conhece assina pelo menos um, mas há um monte de gente que a gente não conhece, né? Sempre penso que a gente tem a falsa impressão que todo mundo assiste streaming, mas não é bem assim. A TV aberta tem uma força muito grande, e será preciso uma grande revolução social no país pra que ela perca esta força.
      Sobre os streamings, acho que é um mercado ainda em formação e transformação. Antes era só Netflix, agora tem um monte. Todos sobreviverão, considerando que não será possível um espectador comum assinar tanta coisa? Temos que acompanhar atentamente estas transformações para termos respostas mais concretas.

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