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De volta no Viva, Andando nas Nuvens foi “campeã” de títulos provisórios na Globo

Marco Nanini em Andando nas Nuvens
Marco Nanini em Andando nas Nuvens (reprodução)

O Viva escolheu Andando nas Nuvens (1999) para substituir Corpo Dourado (1998) na faixa das 13 horas a partir desta segunda, 22. Uma escolha surpreendente, já que a trama, exibida originalmente no horário das sete da Globo, não chegou a ser um grande sucesso. Além disso, ela nunca foi reprisada.

Mas, sem dúvidas, se trata de uma boa escolha, já que a simpática história criada por Euclydes Marinho merece uma revisita do público. A novela tem uma trama leve, divertida e cheia de personagens carismáticos, sobretudo o protagonista, Otávio Montana (Marco Nanini).

Na trama, Otávio passou 18 anos dormindo, acometido de uma encefalite letárgica, conhecida como a “doença do sono”. A condição foi uma consequência de um acidente sofrido por ele na mesma noite em que seu pai foi misteriosamente assassinado. 

Assim, quando Otávio finalmente despera, encontra um mundo completamente novo. Além disso, ele não se lembra de nada de antes de 1968 e se surpreende quando descobre que é pai de três mulheres já adultas: Julia (Débora Bloch), Bete (Vivianne Pasmanter) e Celi (Mariana Ximenes).

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Novela de estreias

Mariana Ximenes como Celi em Andando nas Nuvens
Mariana Ximenes como Celi em Andando nas Nuvens (divulgação)

Andando nas Nuvens marcou a estreia de Euclydes Marinho como autor titular solo de uma novela. O roteirista já era veterano, mas era mais experiente em séries e minisséries. Em novelas, até então, ele havia atuado apenas como colaborador em Brilhante (1981), além de ter assinado Mico Preto (1990) com Marcílio Moraes e Leonor Bassères.

Curiosamente, a carreira como novelista não durou muito, já que, além de Andando nas Nuvens, o autor tem apenas Desejos de Mulher (2002) no currículo. Em compensação, o profissional assinou várias minisséries, como Quem Ama Não Mata (1982), Capitu (2008) e O Brado Retumbante (2012), entre outras. O autor deixou a Globo em 2020 e levou o canal à Justiça, solicitando compensação por danos morais e verbas rescisórias não pagas.

A novela também marcou a estreia de três jovens atores na Globo que, depois, construiriam uma bela carreira no canal. Mariana Ximenes e Caio Blat (Thiago) vieram de Fascinação (1998), no SBT, direto para o folhetim das sete da Globo. Fernanda Souza (Joana) também veio do canal de Silvio Santos - tinha acabado de estrelar as primeiras temporadas de Chiquititas (1997).

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Vários títulos

Débora Bloch como Julia Montana em Andando nas Nuvens
Débora Bloch como Julia Montana em Andando nas Nuvens (divulgação)

Curiosamente, a Globo demorou bastante tempo para definir Andando nas Nuvens como o título da novela. Com isso, o folhetim se tornou praticamente um recordista de títulos provisórios, com inúmeros nomes considerados que foram descartados mais tarde.

Maluco Beleza e Doido Varrido foram dois dos primeiros títulos divulgados pela imprensa na época. Mas, além destes, também foram cogitados Feliz por um Triz, Volta por Cima e A Última Noite do Século. 

Vale lembrar ainda que Euclydes Marinho declarou várias vezes que criou Otávio para Marco Nanini. E que, se o ator não pudesse vivê-lo, Otávio morreria logo no início e a história giraria em torno da identidade do assassino. Mas Nanini topou e se deu bem, já que o personagem realmente lhe caiu como uma luva.

“Posso dizer que foi meu grande personagem, porque, sendo um personagem de novela, foi grande também no tamanho. O Otávio Montana me permitiu exercitar a minha relação com o ator. Eu conversava muito com o Nanini. Aos domingos, às vezes, ele ia à minha casa e nós ficávamos horas conversando”, disse o autor ao livro Autores, Histórias da Teledramaturgia.



André Santana
18/01/2024

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