A Globo surpreendeu a “internet” ao divulgar em suas redes sociais o seu mais novo reality show. Trata-se de uma nova temporada de No Limite, reality de aventura que fez muito sucesso no início da década de 2000. A novidade da vez é que a emissora pretende colocar ex-participantes do Big Brother Brasil na competição que exige preparo físico e mental.
O anúncio já está rolando nas redes oficiais da Globo, mas ainda não há outras informações sobre o projeto. Mas a notícia vai ao encontro das informações de bastidores que diziam que Marcos Mion estava prestes a assinar com o canal justamente para assumir o revival de No Limite. Se o revival acaba de ser confirmado, deve ser questão de tempo para que Mion também seja anunciado no comando.
A ideia é bem interessante. Colocar ex-BBB's em No Limite pode engajar os fãs do reality de confinamento. Além disso, voltar com o No Limite sempre gera expectativas, já que é um ótimo programa, mas que acabou abandonado em razão da rápida perda de interesse do público. E o formato parece combinar bem com Marcos Mion, que, se confirmado, será uma excelente aquisição para a Globo. Enfim, tem tudo para dar certo!
No Limite foi o primeiro reality show da TV aberta no Brasil. Versão brasileira de Survivor, a atração teve três primeiras temporadas exibidas entre 2000 e 2001, apresentadas por Zeca Camargo, com episódios que iam ao ar aos domingos, após o Fantástico. No programa, os participantes eram deixados num lugar ermo, onde participavam de provas radicais que valiam comida e outros prêmios. Ou seja, a comida era pouca e o perrengue era muito. No início do jogo, os participantes eram divididos em dois times e participavam de competições. O time perdedor tinha que participar de uma votação e eliminar um membro, que deixava o programa.
A primeira temporada foi um verdadeiro fenômeno de audiência e repercussão. Já a segunda temporada teve recepção mais morna. E a terceira temporada bateu de frente com a primeira leva de Casa dos Artistas, do SBT, o que a fez passar quase despercebida.
Houve uma tentativa de retomar o No Limite em 2009, quando foi ao ar a quarta temporada. Foi uma temporada diferente, já que a direção da Globo entendeu que, após anos de BBB, o público não aceitaria um reality no qual não pudesse votar em quem fica e quem sai. Nas edições anteriores do No Limite, o público não interagia, e eram os próprios participantes que votavam em quem devia sair. Assim, nesta quarta temporada, a competição foi ao ar em tempo real, com Zeca Camargo entrando ao vivo para que o público definisse os eliminados. Outra diferença é que este novo No Limite ia ao ar duas vezes por semana, às quintas e aos domingos.
Esta edição não chegou a ser um fiasco, mas não repetiu o mesmo sucesso da primeira. E colocar o público para escolher quem sai pareceu injusto, já que o No Limite, antes, testava o desempenho do participante. Já o público tem critérios variados, e não necessariamente vota no melhor, e sim no mais carismático. Isso não parece fazer muito sentido dentro de um reality que busca testar a sobrevivência.
Mesmo com o desempenho mediano, a Globo chegou a confirmar uma quinta temporada de No Limite em 2010. Porém, depois voltou atrás e preferiu apostar numa nova temporada de Hipertensão. Apresentado por Glenda Koslowiski, Hipertensão "juntava" No Limite com BBB, já que colocava seus competidores em provas "radicais" e grande esforço físico, mas também explorava a convivência entre eles, que dividiam uma casa. O resultado também foi mediano e o canal abandonou o formato.
É pouco provável que no novo No Limite a emissora abra mão de promover a interação do público, já que engajamento é a palavra da vez. Vamos ver como será.
André Santana