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Fim da crise? Globo vive boa fase com suas novelas

Debora Bloch como Odete Roitman em Vale Tudo
Debora Bloch como Odete Roitman em Vale Tudo (reprodução)

Carro-chefe da programação da Globo, as novelas da emissora não vinham em sua melhor fase. Os folhetins perderam fôlego nos últimos anos e foram alvo de críticas e audiência abaixo do esperado. Neste contexto, a faixa das seis sofreu com Elas por Elas (2023), mas se recuperou com as tramas seguintes. Já na faixa das sete e das nove, os sucessos se tornaram mais raros.

Fuzuê (2023) afundou o horário das 19h. Suas substitutas, Família é Tudo (2024) e Volta por Cima (2024), refrescaram a situação, mas não se tornaram grandes sucessos. Enquanto isso, o horário das nove não chegou aos almejados 30 pontos com Terra e Paixão (2023) e Renascer (2024), e afundou de vez com o desastre de Mania de Você (2024).

Mas, passado o período mais turbulento, as três novelas parecem navegar em águas mais tranquilas nos últimos tempos. Êta Mundo Melhor! não é o fenômeno que foi sua “primeira parte”, Êta Mundo Bom!, mas sustenta bons índices. Já às 19h, Dona de Mim decolou após um início morno. Enquanto isso, às 21h, a criticada Vale Tudo começou em baixa, mas vem cumprindo a missão de entregar o horário em alta para sua substituta, Três Graças. Não é pouca coisa.

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Mais do mesmo

Nem tudo são flores, é verdade. Embora a audiência de Êta Mundo Melhor! não seja desprezível, é fato que a novela passa longe do carisma da história criada por Walcyr Carrasco em 2016. O problema da trama já foi apontado aqui: fazer continuação de novela nunca é uma boa ideia!

Para dar sequência à história de Candinho (Sergio Guizé), Carrasco e Mauro Wilson precisaram recuar e acabar com os bons desfechos da trama original. Com isso, personagens redimidos como Celso (Rainer Cadete) e Araújo (Flavio Tolezani), voltaram às maldades sem maiores problemas. Os autores até mesmo “ressuscitaram” um vilão morto, Ernesto (Eriberto Leão). Tudo isso gerou vários fatos inconsistentes.

Mas esse não é o único problema da trama das seis. Êta Mundo Melhor! sofre com a falta de uma história mais forte e parece andar em círculos. A busca de Candinho por seu filho não empolga, ainda mais porque os dois já se conhecem e são amigos. As artimanhas para que o ingênuo caipira não descubra a verdade são muito cansativas.

Por outro lado, Êta Mundo Melhor! tem uma característica que costuma funcionar bem nas novelas de Walcyr Carrasco: bom humor. Os personagens são leves, repetem tipos que o público - sobretudo o mais velho - reconhecem muito bem. Isso explica o interesse do público na novela, mesmo com a falta de uma boa história. A volta de Sandra (Flavia Alessandra) é outro acerto, já que fazia falta uma grande vilã. É possível que a novela engate de vez a partir deste retorno. Aguardemos.

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Fórmula pronta

Enquanto isso, às 19h, Dona de Mim promoveu a volta de Rosane Svartman ao horário com mais uma trama agridoce, muito baseada em relações humanas. Em sua quarta incursão na faixa, a autora parece entender bem o público com o qual conversa, o que lhe dá uma aparente segurança em suas criações.

Dona de Mim começou bem, mas não demorou para perder fôlego. A história de Leo (Clara Moneke) logo pareceu andar em círculos, com tramas desconexas e muito focada em episódios. Além disso, havia uma evidente semelhança com Vai na Fé (2023) e Bom Sucesso (2019), sucessos da autora. Parecia que Svartman estava se repetindo e usando uma fórmula pronta.

Entretanto, aos poucos, as coisas começam a entrar nos eixos. A morte de Abel (Tony Ramos) reorganizou as peças e deixou a história mais coesa. A história de amor de Leo e Samuel (Juan Paiva) agrada, e Jacques (Marcello Novaes) se firma como um vilão tridimensional. Aliás, vale destacar o talento da autora para criar vilões homens, algo não muito comum nos folhetins. Jacques não repete Téo (Emilio Dantas) de Vai na Fé, e nem Diogo (Armando Babaioff), de Bom Sucesso, mas parece um “primo distante”. Três ótimos vilões. 

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Emplacou

Já Vale Tudo estreou com a sombra de ser a nova versão de uma das novelas mais festejadas de todos os tempos. Os fãs da história de 1988, criada por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, torceram o nariz sem sequer dar uma chance à releitura escrita por Manuela Dias. Entretanto, mesmo longe de repetir a inventividade da história original, o remake funciona como um bom novelão.

E isso fica claro se considerarmos a trajetória da trama. A novela começou em baixa, graças ao fiasco de Mania de Você e o sucesso de Força de Mulher na Record. Porém, conforme a trama se desenrolou, o público foi embarcando na história. Vale Tudo entra na reta final com boas reviravoltas, como um bom novelão deve ser.

Vale Tudo está longe de ser perfeita, claro. A novela tem furos, e Manuela Dias tem a mão muito pesada na chamada “militância” - que, felizmente, perdeu espaço nos capítulos mais recentes. Entretanto, a história de Raquel (Taís Araújo), Maria de Fátima (Bella Campos) e Odete Roitman (Debora Bloch) é boa e tem ingredientes que agradam ao noveleiro. Pesquisa do Datafolha publicada recentemente revela que 65% do público considera a novela boa ou ótima, o que mostra sua boa aceitação.

Com tantas reclamações nas redes, até parece que Vale Tudo é um fiasco. Mas não é bem assim. A pesquisa do Datafolha mostra que, ao contrário da “bolha noveleira”, o “público do sofá” comprou o enredo, com seus erros e acertos. A audiência ascendente reforça que a novela empolgou. Assim, Vale Tudo apaga a má impressão de Mania de Você, deixando claro que vem cumprindo sua principal missão.

André Santana

20/09/2025

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1 Comentários

  1. Olá, tudo bem? O problema é que Vale Tudo foi apresentada como um remake quando, na realidade, é uma nova versão. O público compreendeu isso do meio para o fim. Abs, Fabio blogfabiotv.blogspot.com.br

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