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Êta Mundo Melhor! evidencia grande erro de continuar novela

Samir (Davi Malizia) e Candinho (Sergio Guizé) em Êta Mundo Melhor!
Samir (Davi Malizia) e Candinho (Sergio Guizé) em Êta Mundo Melhor! (divulgação)

Pouco mais de um mês após a estreia de Êta Mundo Melhor!, já é possível cravar que a bola cantada neste espaço de fato se evidenciou: não é uma boa ideia continuar novela. A sequência de Êta Mundo Bom! (2016) não apenas enterrou os finais felizes da trama anterior como força situações que já foram esgotadas na novela original.

Personagens como Celso (Rainer Cadete) ou Zé dos Porcos (Anderson di Rizzi) já tiveram suas histórias contadas. Para fazer com que eles rendam nesta continuação, há uma evidente forçação de barra. Celso, por exemplo, teve uma trajetória de redenção na trama passada. Agora, para ter história na continuação, ele precisou regredir e percorrer o mesmo caminho novamente.

Além disso, as “substituições” ficam evidentes. Para tapar o buraco de personagens que não retornaram na continuação, a trama trouxe novos tipos para cumprir exatamente a função deles. Maria Divina (Castorine) e Medeia (Betty Gofman), por exemplo, ocupam o espaço que era de Mafalda (Camila Queiroz) e Eponina (Rosi Campos). Até conversa sobre o “cegonho” já rolou…

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Continuação ou remake?

Asdrúbal (Luis Miranda) e Picolé (Isaac Amendoim) também surgem como “substitutos”, cumprindo exatamente a mesma função de Pancrácio (Marco Nanini) e Pirulito (JP Rufino) na vida de Candinho (Sergio Guizé). Já Estela (Larissa Manoela) é a “nova” Maria (Bianca Bin), enquanto Zulma (Heloisa Périssé) faz as vezes de Sandra (Flavia Alessandra, que, dizem, deve retornar à trama em breve).

Além de substituir personagens, a nova trama repete as mesmas histórias da novela anterior. Ou seja, mais parece um remake do que uma continuação. Até lembra Carrossel das Américas, novela mexicana que trazia a mesma professora Helena (Gabriela Rivero) de Carrossel, mas numa nova escola em que os novos alunos nada mais eram que equivalentes aos personagens da primeira novela.

Melhor fez Mario Teixeira, com No Rancho Fundo (2024), que conseguiu resgatar personagens e tramas de Mar do Sertão (2022) sem necessariamente fazer uma continuação direta. Assim, ele não precisou destruir finais felizes e nem forçar novas situações para fazer personagens esgotados renderem. Êta Mundo Melhor! registra boa audiência, a Globo está feliz e, ao que tudo indica, é isso o que importa. Mas que a nova história mais parece um remake empobrecido e pálido da trama original, ah, isso parece. Continuação de novela é um erro.

André Santana

23/08/2025

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