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Em 2000, Globo desistiu de programa infantil com Stenio Garcia

O ator Stenio Garcia
O ator Stenio Garcia (reprodução)

Entre 1999 e 2000, a Globo planejou uma grande mudança em sua programação infantil. A ideia era extinguir o Angel Mix, de Angélica, e substitui-lo pela faixa Globinho - depois transformada no programa Bambuluá com Angélica - , que englobaria vários programas para crianças. Uma das apostas era Capitão Sardinha, criado pelo “rei dos baixinhos” Cao Hamburger.

Na época, Cao era “o cara” dos programas infantis, já que ele estava por trás do Castelo Rá-Tim-Bum, da Cultura, e do Disney Club, do SBT. Assim, o diretor chegou à Globo num momento em que o canal buscava uma grade infantil mais qualificada. 

Surgiu assim a ideia de Capitão Sardinha, atração que mostraria o personagem-título em viagens a bordo de um submarino amarelo. O infantil, que mostraria imagens marinhas realizadas por Lawrence Wahba, traria o veterano Stenio Garcia no papel-título.

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O início de tudo

O ator Cassio Scapin
O ator Cassio Scapin (reprodução)

A primeira notícia sobre Capitão Sardinha foi publicada no jornal O Estado de S. Paulo, em 27 de junho de 1999. A nota dizia que o personagem seria vivido por “um ator da Globo” - ainda não escolhido - e que ele contracenaria com dois bonecos: o caranguejo Marujo Pimenta e o gato Pingado.

Já em 16 de janeiro de 2000, o jornal O Globo anunciava que Stenio Garcia seria o protagonista de Capitão Sardinha. Já o Marujo Pimenta não era mais um boneco, e sim outro homem, a ser interpretado por Cassio Scapin, o Nino do Castelo Rá-Tim-Bum. A direção do programa caberia a Ulysses Cruz.

“Pela primeira vez, em 42 anos de carreira, viverei um personagem dedicado ao público infantil. Vai ser bom fazer algo novo no veículo com o qual tenho mais afinidade, que é a TV”, declarou Stenio.

“A ideia é que a cada capítulo os personagens vivam uma aventura e que se mostre os segredos e a beleza do fundo do mar para as crianças”, comentou Cao Hamburger na mesma matéria.

Em 25 de fevereiro de 2000, Cassio Scapin falou ao Jornal do Brasil sobre sua preparação para viver o Marujo Pimenta.

“Estou lendo Os velhos marinheiros de Fernando Pessoa. Também me reúno toda semana com o elenco e com o Ulysses Cruz, que irá dirigir os episódios”, afirmou. “A ideia é que eu pinte o cabelo de louro e use lentes de contato azuis, para combinar com o mar. O Nino era uma criança e o Marujo Pimenta também. Todos os projetos são coerentes como o universo infantil e as crianças acabam achando que também sou criança”, completou o eterno Nino.

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Jogado no lixo 

Em 2 de julho de 2000, Stenio Garcia deu mais detalhes sobre o desenvolvimento de Capitão Sardinha. O ator contou que a expectativa era gravar 39 episódios até o final de julho - cada um teria 15 minutos. A previsão é que a série tivesse, ao todo, 140 capítulos.

Porém, não demorou para que entrasse água no submarino do Capitão Sardinha. Em 27 de julho de 2000, a Folha de S. Paulo informava que a Globo ia jogar no lixo os 30 episódios já gravados da série infantil.

“Ao analisar o quadro, na semana passada, a direção da emissora reprovou a iluminação (que foi considerada muito escura) e pediu a substituição de Stênio Garcia, que iria protagonizar o programete ao lado de Cássio Scapin, que foi mantido”, informou a nota assinada por Daniel Castro.

Assim, o quadro, que deveria integrar o novo Bambuluá, foi adiado. Roberto Talma, diretor de núcleo do programa infantil, falou sobre o destino de Capitão Sardinha ao jornal O Estado de S. Paulo, em outubro de 2000. 

“Já sobre o Capitão Sardinha, analisamos o piloto e achamos que não repercutiria junto ao nosso público alvo. Vamos repensá-lo”, afirmou.

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Mudou tudo

Sem Cao Hamburger, Ulysses Cruz, Stenio Garcia e Cassio Scapin, Capitão Sardinha foi completamente reformulado. A atração se tornou As Aventuras de Zeca e Juca, protagonizada por dois atores-mirins. Os novos protagonistas iam parar por acaso em um submarino amarelo, onde viviam várias aventuras no fundo do mar.

As Aventuras de Zeca e Juca foi exibido no primeiro semestre de 2001, dentro do Bambuluá.

André Santana

23/05/2024

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