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| Rachel Sheherazade em A Grande Conquista (divulgação) |
Ex-âncora do SBT Brasil, Rachel Sheherazade chamou a atenção do público ao ressurgir na televisão como participante de A Fazenda. A escalação soou inusitada e, por isso mesmo, não demorou para que ela se tornasse a jogadora mais popular da edição passada do reality rural.
Mesmo sido expulsa por uma suposta agressão, Rachel não saiu da mira da Record. A emissora viu ali uma oportunidade de aproveitar a popularidade alcançada pela jornalista e tratou de trazê-la de volta ao vídeo. Infelizmente para Rachel, sua chegada à Record acontece num momento em que o canal não se permite experimentar e nem lançar coisas novas. Em outros tempos, a jornalista ganharia um bom contrato e um programa feito para ela.
Desta vez, não. A Record optou por encaixá-la como apresentadora de A Grande Conquista, reality de pouca expressão na grade. Alegando que Mariana Rios não pôde apresentar o programa este ano (hummm, sei…), a emissora anunciou Rachel Sheherazade como nova âncora. Desde a última segunda-feira, 23, Rachel tem sido vista diariamente tentando colocar ordem nos 100 participantes da atração.
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Sem personalidade
Nestes primeiros dias, Rachel Sheherazade não surpreendeu em seu novo posto. A apresentadora é boa de câmera, sabe se comunicar e é experiente. Porém, ainda falta traquejo e jogo de cintura para que ela, de fato, assuma uma persona no entretenimento.
O roteiro do reality show, claro, não ajuda. O texto quadradinho deixa Rachel engessada. Além disso, ela parece insegura em se livrar das amarras e conseguir criar uma personalidade própria, coisa que sua antecessora conseguiu.
Mesmo amarrada ao texto, Mariana Rios conseguia trazer alguma naturalidade. Além disso, a atriz tem ótimo senso de humor e costumava trazer algum deboche entre uma fala e outra. Na interação com os participantes, ela sempre se aproveitava desta característica. Por isso mesmo, foi uma grata surpresa e uma das poucas qualidades da primeira temporada de A Grande Conquista, que se mostrou um reality show ruim.
Já Rachel parece querer seguir os passos de Adriane Galisteu, que tem seus anos de experiência como animadora de auditório a seu favor. Galisteu também é vítima do texto amarrado de A Fazenda, mas ela consegue trazer alguma naturalidade em suas aparições. Quando ela chama os participantes de “meus amores”, não soa forçado. Já Rachel, com seu “povo lindo”... Ainda não convenceu.
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Programa fraco
Mas, claro, muito da insegurança de Rachel Sheherazade neste início tem a ver com sua pouca experiência nesta área. Apresentar um reality show é diferente de comandar um jornal, e Rachel tende a se soltar no decorrer da temporada. Se ela ainda não surpreendeu, ao menos também não comprometeu, o que já é uma vantagem.
No mais, A Grande Conquista segue como um reality show bastante despropositado. A primeira temporada já foi ruim e passou em brancas nuvens, mas, mesmo assim, a Record insiste no formato. A emissora parece não saber fazer outra coisa que não seja uma competição de confinamento, o que desgasta o formato.
Atualmente, está no ar a “fase vila”, que reúne 100 pessoas em três casinhas. É claustrofóbico acompanhar tanta gente amontoada num mesmo lugar e praticamente impossível simpatizar com qualquer um ali. Obviamente, em condições tão adversas, a treta começa cedo, mas não dá pra entender direito as brigas e seus motivos. Trata-se de um entretenimento questionável.
Depois de 20 dias, o reality segue para a “fase mansão”, que nada mais é que um Big Brother “disfarçado” - e piorado. Ou seja, não há nada de novo ou atrativo em A Grande Conquista. O público, por sua vez, parece pouco interessado, já que o programa nem consegue bater o Ratinho, que vive uma fase ruim no SBT. A Record precisa, urgentemente, encontrar novos formatos para seu entretenimento.
André Santana
27/04/2024
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