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Final apressado e esburacado resume o desastre que foi Fuzuê

Preciosa (Marina Ruy Barbosa) e Luna (Giovana Cordeiro) em Fuzuê
Preciosa (Marina Ruy Barbosa) e Luna (Giovana Cordeiro) em Fuzuê (divulgação)

Poucas coisas se salvaram no último capítulo de Fuzuê. O ponto alto foi o casamento de Lampião (Ary Fontoura) e Mercedes (Ana Lucia Torre), gracioso casal que ganhou destaque na reta final da obra. Ou o reencontro de Merreca (Ruan Aguiar) e Soraya (Heslaine Vieira), outro dos poucos casais que encantou na trama.

Porém, nem mesmo o casamento de Luna (Giovana Cordeiro) e Miguel (Nicolas Prattes) empolgou. Nada contra o casal, que até funcionou. No entanto, o autor Gustavo Reiz os uniu nos primeiros capítulos da novela e nunca criou qualquer empecilho para esta história de amor. Sendo assim, o nascimento do herdeiro e o casamento foi apenas mais um dia na vida deles.

No mais, Fuzuê sai de cena devendo o prometido resgate da novela das sete descompromissada. A trama teve primeiros capítulos divertidos, coloridos, com muitas sequências nonsense. Não era nenhum achado, mas oferecia momentos de diversão. Mas não demorou para que a história envolvendo uma caça ao tesouro se mostrasse limitada e repetitiva. Perdeu a graça em pouco tempo.

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Mudanças

Como o excesso de enigmas afundou a trama, Fuzuê passou por mudanças. A entrada de Ricardo Linhares como supervisor de texto ajustou alguns problemas, como a falta de conexão dos personagens com o público e com eles mesmos. Até então, não havia relações humanas intensas, tudo girava em torno do tesouro. Aos poucos, isso mudou.

No entanto, mudou também o tom da novela, que passou de galhofa para um thriller sombrio meio estranho. A volta de César (Leopoldo Pacheco), um vilão sem escrúpulos, deixou Fuzuê mais dark. Tanto que a fotografia em tons de dourados e cores explosivas já nem combinava com a história que estava sendo contada.

Daí em diante, Fuzuê se resumiu a uma perseguição desmedida entre vilões. Vários personagens divertidos perderam fôlego, como Alícia (Fernanda Rodrigues) ou Jefinho (Micael Borges). Outro mudaram totalmente de personalidade, caso do mocinho Miguel, que passou de homem tímido a superherói num piscar de olhos. 

Por fim, veio o final. Apressado, não deu a chance de o público saborear vitórias, como a cura de Maria Navalha (Olívia Araújo). Os espectadores passaram capítulos torcendo pela recuperação da cantora e mereciam um final com mais emoção. Mas não. Enrolaram toda a última semana para desembocar num anticlímax.

O desfecho dos vilões também ficou devendo. César salvar a vida das filhas foi forçado, já que ele nunca se importou com nenhuma delas. E Pascoal (Juliano Cazarré) foi um vilão fraco, sem carisma. Suas artimanhas nunca empolgaram.

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Impunidade às sete da noite

Mas o maior erro aconteceu com o final de Preciosa (Marina Ruy Barbosa). A megerinha era a vilã da novela e foi capaz dos maiores absurdos para colocar a mão no cobiçado tesouro. E o que aconteceu no final: ela conseguiu o que queria e saiu feliz e impune.

Sim, no final Preciosa ficou com o tesouro. Afinal, ela acessou o dinheiro que Pascoal mantinha num banco estrangeiro. E esse dinheiro nada mais era que a grana que o vilão tinha roubado de Maria Navalha, quando dopou a cantora e a obrigou a assinar uma procuração. Dinheiro esse que Maria conseguiu ao ser reconhecida como descendente e herdeira da Dama de Ouro (Zezé Motta). Ou seja: o dinheiro era parte do cobiçado tesouro. E ficou com Preciosa! A vilã venceu!

Maria e Luna só não ficaram na mão porque foram indenizadas pelo banco, já que Miguel provou que foi uma falha na segurança da instituição que viabilizou o roubo. Em suma: Gustavo Reiz estreou na faixa das sete da Globo ensinando que o crime compensa!

Mais sorte a Gustavo Reiz em sua próxima empreitada. Desta vez, ele ficou devendo.

André Santana

02/03/2024

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