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Antes de novela flopada, Balacobaco foi nome de sitcom com Shaolin na Record

Shaolin
Shaolin (reprodução)

Francisco Jozenilton Veloso, ou Shaolin, foi um comediante muito popular na televisão brasileira. No entanto, sua carreira de sucesso foi abreviada quando o artista sofreu um acidente de carro, em janeiro de 2011. Depois disso, Shaolin saiu de cena e conviveu com as sequelas do acidente até janeiro de 2016, quando faleceu.

Natural de Campina Grande (PB), Shaolin foi projetado nacionalmente ao participar do Domingão do Faustão, no início dos anos 2000. Suas imitações o tornaram muito conhecido e o talento do comediante despertou o interesse da Record, que o contratou em 2001.

Na emissora, Shaolin foi escalado para protagonizar uma sitcom familiar. Surgia Balacobaco, atração que estreou em 19 de março de 2001 e ia ao ar nas noites de segunda-feira da Record. Dirigido por Rodrigo Riccó, atualmente diretor do Melhor da Tarde na Band, o programa acabou passando em brancas nuvens e teve vida curta.

Curiosamente, anos depois, a Record voltou a usar o título Balacobaco numa novela de Gisele Joras, em 2012. A trama tinha nomes como Juliana Silveira, Bruno Ferrari, Victor Pecoraro e Simone Spoladore, mas não atingiu grandes índices de audiência.

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Preparação

Em março de 2001, o jornal O Estado de S. Paulo noticiava que Shaolin se preparava para a estreia de seu novo programa na Record. Balacobaco era uma sitcom familiar na qual o humorista vivia Gaspar, um agregado na casa de uma família de classe média baixa.

"Gaspar é um nordestino que, como eu, veio para São Paulo tentar a sorte como artista. Cada semana será uma história diferente, com o Gaspar se passando por artistas famosos e, na medida do possível, sendo desmascarado pelos próprios", contou Shaolin.

"Até agora, já temos umas três histórias escritas pelos nossos roteiristas Fernando Salém, Edu Saleni e Noemi Marinho", destacava o diretor Rodrigo Riccó, na mesma matéria.

Em 11 de março, a Folha de S. Paulo também destacava a novidade da Record. A publicação contou que a nova aposta da Record seguia o formato das sitcoms familiares americanas, tipo Um Amor de Família (Married… with Children).

Os personagens eram Erasmo, um engenheiro civil desempregado que sobrevivia fazendo bicos, como consertos de TVs e de aparelhos de som; sua mãe, Aurora; sua mulher, Lúcia; a filha adolescente do casal, Camila, que vive as crises características da idade; e “um migrante nordestino que sonha se tornar um cantor de sucesso e que, após passar uma temporada na casa da família, resolve ficar de vez” - o Gaspar de Shaolin.

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Brancas nuvens

Curiosamente, há poucos registros de Balacobaco na imprensa. As matérias citadas acima, da Folha e do Estadão, são alguns dos poucos materiais disponíveis sobre o humorístico na internet. Há também um registro da IstoÉ Gente, de 29 de março de 2001, com um perfil da atriz Thais Lopes, de 18 anos, intérprete de Camila.

“Thais é jovem, sabe interpretar e tem um rosto lindo”, disse Fernando Rancoleta, diretor de elenco da Record na época.

Porém, este pequeno jornalista que vos escreve se lembra que assistiu ao episódio de estreia de Balacobaco. A sitcom era gravada no mesmo cenário que a Record havia construído para o especial de fim de ano Família Record, exibido no final de 2000, e que reunia seus apresentadores como membros de uma típica família. 

O Família Record tentava emular o clássico Família Trapo. Portanto, seu cenário foi montado diante de uma plateia e tinha dois andares. Na parte de baixo, havia uma sala e uma cozinha. Acima das escadas, estava um quarto e um banheiro. Mas, para Balacobaco, a estrutura foi utilizada sem plateia.

Fora isso, a lembrança que ficou era de um texto fraquinho, que não fazia rir. Tanto que, salvo engano, só foram ao ar três episódios de Balacobaco. Com baixa audiência, a produção foi tirada do ar rapidamente.

Felizmente, Shaolin teve chances melhores depois. Na Record mesmo, o comediante brilhou no elenco do Show do Tom, fazendo personagens memoráveis. Em seus últimos anos na emissora, Shaolin fazia aparições no Tudo É Possível, dominical comandado por Ana Hickmann.



André Santana

22/02/2024

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