Aposta da nova direção de jornalismo da Record, os boletins do Jornal da Record injetaram ainda mais informação à grade do canal. Com quatro edições espalhadas pela programação, com o nome JR 24h, os noticiosos se caracterizam por muitas entradas ao vivo e comentaristas analisando as notícias. Porém, apesar da boa intenção, os boletins mais atravancam do que ajudam a grade do canal. Apenas a edição da madrugada se destaca, e merecia mais atenção.
No JR 24h, Janine Borba comanda as duas primeiras edições, depois do Hoje Em Dia e depois das novelas da tarde. Pela manhã, o boletim já sucede um programa de conteúdo jornalístico e antecede um jornal popular. Enquanto isso, o terceiro boletim é exibido dentro do Cidade Alerta. Não faz muito sentido exibir um “minijornal” dentro de um programa noticioso com mais de três horas de duração.
Por isso, o único dos boletins do JR 24h que faz diferença na programação é o último (ou melhor, o primeiro, já que é exibido depois da meia-noite). Apresentado por Sergio Aguiar, o programa faz uma boa análise dos assuntos do dia, de maneira ágil e eficiente. É um boletim tão interessante que poderia até ter um espaço maior na grade. Com mais de 15 minutos de duração, o JR 24h poderia ser um jornal de fim de noite mais completo.
A direção da Record acertou ao escalar Janine Borba e Sergio Aguiar para o comando dos novos noticiosos. São âncoras conhecidos, de credibilidade, e que cumprem bem o papel de apresentar as notícias. Sendo assim, o canal poderia até considerar reunir a dupla numa segunda edição do Jornal da Record, no final da noite.
Isso porque, durante o dia, a grade da Record já tem muitos telejornais. É a emissora aberta brasileira que mais se dedica à notícia. Sendo assim, os boletins espalhados pela programação acabam gerando a sensação de excesso de informação. Se em vez de apostar em boletins, a emissora concentrasse seus esforços unicamente num jornal de fim de noite, o resultado poderia ser melhor.
André Santana
5 Comentários
Não sou fã do jornalismo da Record, muito pelo contrário inclusive. Mas nesse caso dos boletins e ao ler seu texto, me lembro de uma opinião do Leo Dias num Troféu Imprensa dizendo que não adiantava a Record tentar emular o jornalismo da Globo, pois sua linguagem popular é o que tinha feito ela ter sucesso com os sensacionalistas Balanços Gerais da vida. Por mais que eu não goste do estilo, faz sentido o que ele disse, e talvez seja um dos motivos desses boletins estarem passando praticamente desapercebidos.
ResponderExcluirE aí nem vou também fazer tanto juízo do fato da Record ter aderido totalmente ao atual governo, pois isso não chega a ser uma exclusividade dela. Isso pode até gerar certa antipatia de alguns, mas penso que o fato da linguagem das atrações não combinar tanto com a linguagem da emissora pode ser uma causa maior do insucesso até agora.
ExcluirConcordo com você, Alexandre! Independentemente de linha editoral pró-governo, o jornalismo popular é uma marca da Record. E são estes programas que sustentam a média da emissora atualmente.
ExcluirJá comentei em outra oportunidade e volto a repetir: acredito que a Record quer inserir na programação algo com mais qualidade e credibilidade que os demais telejornais da casa. Concordo que o JR 24h da madrugada deveria ter duração maior que um minijornal no meio de outro não faz sentido.
ResponderExcluirSobre o jornalismo da Record, em geral, acredito que haja um mix de telejornais de maior qualidade (JR e Fala Brasil) com outros sensacionalistas (Balanço Geral e Cidade Alerta). Creio que os públicos desses noticiosos não conversam entre si. A Record precisa encontrar o público dela antes de realizar esses investimentos que, apesar de louváveis, são incertos.
É isso, falou tudo!
Excluir