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Top 10 de 2017: destaques negativos

A televisão brasileira errou muito em 2017. Por isso, a primeira parte da retrospectiva 2017 do TELE-VISÃO lista os destaques negativos da programação do ano que termina amanhã. A lista é elaborada baseada na opinião deste que vos escreve e, portanto, é sujeita a injustiças e esquecimentos. A ordem em que aparecem não é importante. Acompanhem:

- “Apocalipse”

O maior deslize da Record em 2017. Ao consolidar sua faixa de novelas bíblicas, a Record deu um passo além e apostou numa história baseada no livro sagrado, mas também contemporânea. Parecia uma boa ideia e um respiro ao deserto sem fim que havia se tornado o horário das 20h30 no canal. No entanto, no ar, Apocalipse revelou-se doutrinária ao extremo. A emissora usa sua principal novela para fazer um verdadeiro culto, deixando claro que só serão salvos do fim do mundo os fiéis da igreja que controla a emissora, além de trazer referências negativas a outras crenças e religiões. A repercussão negativa foi tão grande que até a autora Vivian de Oliveira declarou não reconhecer o texto, deixando claro que a cúpula do canal interfere diretamente no andamento da obra.

- Bastidores do Carnaval 2017

Que a RedeTV tem a cobertura do carnaval mais trash da televisão brasileira, a gente já sabe há anos. Mas o canal insiste em superar suas próprias bizarrices. Este ano, em meio sambistas que dançam sem música e muitas “voltinhas para a câmera”, os apresentadores Nelson Rubens e Flávia Noronha foram surpreendidos por uma moçoila nua e pintada de verde, que resolveu agachar diante das câmeras e expor, digamos, “onde o sol não bate”. O ânus verde repercutiu tanto que o superintendente artístico da emissora, Elias Abrão, pediu demissão via Twitter. Mas voltou atrás.

- “Operação Mesquita”

Em 2017, Otávio Mesquita deixou as madrugadas, horário que ocupa há anos com seus antigos Perfil, A Noite É uma Criança, Claquete e Okay Pessoal. Lançou-se num formato novo, o Operação Mesquita, exibido no final das tardes de sábado. No entanto, o apresentador não emplacou nem no novo horário e nem no novo formato. Seu Operação Mesquita foi remanejado para as madrugadas, e seu formato voltou a ser igual ao até então extinto Okay Pessoal.

- “Gugu”, “A Casa” e o fim de “Legendários”

A Record não foi feliz em grande parte de suas decisões acerca de sua linha de shows este ano. No início do ano, a emissora passou o Legendários das noites de sábado para a sexta-feira. O programa de Marcos Mion saiu de um horário consolidado para se aventurar num novo dia e se deu mal. A atração, no ar há sete anos, acabou cancelada. Além disso, a emissora mandou mal com A Casa, um dos piores reality shows de todos os tempos, e também não foi feliz com a temporada 2017 de Gugu, que se tornou um programa chato, previsível e pouco criativo. Não por acaso, teve seu pior desempenho no Ibope e não foi renovado para 2018.

- “Pânico na Band”

Cada vez menos expressivos, os humoristas do Pânico na Band seguiram com muitas dificuldades em se reinventar. Com dificuldades em vencer no Ibope o tolo Encrenca, da RedeTV, o Pânico entrou numa crise ao ponto de deixar de ser um bom negócio para a emissora. Resultado: o canal cancelou o programa de vez e, até aqui, não se sabe se o Pânico voltará numa outra emissora.

- “Exathlon Brasil”

Não foi desta vez que a Band conseguiu aliviar a dependência do MasterChef. O canal tentou trazer novidades para sua linha de shows, mas o Exathlon Brasil revelou-se um fiasco. A ideia de um reality de aventura e esportes radicais é muita boa, mas o programa pecou na execução, sobretudo na edição arrastada e confusa que tirava qualquer emoção. Para piorar, o (ótimo) apresentador Luis Ernesto Lacombe não apresentou o episódio final, substituído pelo produtor da atração, um estrangeiro que precisou ser legendado. Coisa esquisitíssima.

- Programação da Record

Este ano, a Record fez uma série de mudanças equivocadas na grade de programação. Numa tentativa de qualificar sua grade, a emissora reduziu o Cidade Alerta, uma de suas maiores audiências, para apostar numa reprise de Os Dez Mandamentos e o lançamento de um jornal local. Mas a reprise precoce da trama bíblica sucumbiu, prejudicou o novo jornal e ajudou a derrubar a audiência do horário nobre da emissora.

- Simba

SBT, Record e RedeTV se uniram e criaram a join-venture Simba Content, com o objetivo de negociarem juntas as vendas de seus sinais digitais para as operadoras de TV paga. Os canais pediram alto para continuarem nas operadoras e, claro, não foram atendidas. E assim, como forma de pressão, fizeram uma grande campanha na tentativa de convencer o espectador a reclamar com suas operadoras. Mas, quando o sinal analógico foi cortado, as operadoras da TV paga pouco sentiram falta de SBT, Record e RedeTV. Já os canais viram suas audiências caírem. Por fim, a Simba acabou renegociando seu retorno à TV paga, mas em condições bem mais modestas. Uma grande lambança!

- “Primeiro Impacto”

Não bastasse a chegada de Dudu Camargo em 2016, o jornal Primeiro Impacto ganhou, também, o comando de Marcão do Povo em 2017, aumentando o nível de vergonha alheia do matinal. Não satisfeito com as “aventuras” da dupla de manhã, Silvio Santos inventou de colocar o jornal na hora do almoço, das 12h às 14h30, acreditando, ingenuamente, que faria frente ao Balanço Geral, da Record. Pois o Primeiro Impacto à tarde passou vergonha, viu seu tempo ser reduzido logo depois da estreia, e acabou saindo do ar uma semana depois. Pena que ainda existe de manhã…

- “Adnight Show”

Com a fraca repercussão da primeira temporada de Adnight, a Globo reformulou a atração e a rebatizou como Adnight Show. Pois o programa de Marcelo Adnet não só continuou sem-graça, como ainda ficou sem propósito e sem identidade. No ar, parecia mistura de nada com coisa nenhuma. O humorista, que é bom de serviço, continua dando murro em ponta de faca em seus voos solos na Globo, que insiste em dar a ele, um improvisador de primeira, um programa ensaiadinho.

E para você, internauta? Quais foram os destaques negativos de 2017 na televisão? Deixe sua opinião! O TELE-VISÃO volta a ser atualizado no próximo sábado, dia 6 de janeiro, com a lista dos destaques positivos. Até lá!


André Santana

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5 Comentários

  1. Olá, tudo bem? Exathlon Brasil não foi tão ruim assim.. O problema foi a exibição diária e dupla em alguns dias.... Mas deixo de fora da lista. Porém, você não falou da péééssima A Lei do Amor....E Vade Retro, cadê? Aproveito a oportunidade para desejar um ótimo 2018! ps: divulgarei hoje a relação dos melhores do ano no meu blog. Abs, Fabio www.tvfabio.zip.net

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    1. Oi Fabio, tudo bem? Ah, eu não consegui gostar de Exathlon Brasil. Dava sono aquilo. Já Vade Retro eu gostei, por isso não coloquei na lista. Mas A Lei do Amor eu me esqueci completamente! Aquilo foi tão ruim que apaguei da minha memória, kkkkk! Boa lembrança! Abraço!

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  2. Sem dúvida o grande fiasco foi essa Simba, além da pressão que fizeram por outra operadora de medição de audiência (GFK) que mostrou números muito semelhantes aos vistos pelo IBOPE.

    Sobre a pregação da Record nas novelas (o que não é de hoje, pelo visto) só consigo sentir pena das pessoas que dizem que apenas a Globo manipula as coisas na mídia nacional. Além disso tenho receio de uma possível disputa religiosa que pode vir a acontecer no Brasil, já tão dividido politicamente (ainda que sem uma ideologia totalmente definida pelos partidos de lado a lado).

    A programação da Bandeirantes pode ser citada como um fiasco também (mas isso já vem de alguns anos,rs...)

    Desejo à você e sua família André um feliz 2018, com muita saúde, paz e felicidade para você e sua família!

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    1. A Record perdeu a chance de atrair um publiconbovo para suas novelas bíblicas e ainda espantou os católicos que gostavam

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    2. Pois é, concordo com vocês! E agradeço, Alexandre, pelos votos! Feliz 2018 pra você também!

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