Para não dizer que
não falei de flores, vamos lá citar os 10 melhores momentos da televisão
brasileira em 2016. Lembrando sempre que a lista é elaborada baseada unicamente
na opinião deste que vos escreve e, por isso mesmo, sujeita a injustiças e
esquecimentos. A lista não é numerada, pois a ordem em que aparecem não é
importante. Vamos falar sobre os Destaques Positivos da TV em 2016?
- “Velho Chico”
A melhor novela do
ano, na minha humilde opinião, dividiu opiniões (perdão pela repetição). O
retorno da dupla Benedito Ruy Barbosa e Luiz Fernando Carvalho ao horário mais
nobre da Globo teve seus problemas, é verdade. Após uma primeira fase
brilhante, Velho Chico derrapou no segundo tempo. Felizmente, soube se
recuperar com uma trama simples e que, aos poucos, foi dizendo a que veio. O
romance rural de tom lúdico valeu pelo texto impecável, que tratava de temas
como coronelismo, agricultura sustentável e crise política, fazendo da fictícia
Grotas de São Francisco um microcosmo do Brasil. Destaque para as belas
atuações de Rodrigo Santoro, Antonio Fagundes (que soube recuperar a
credibilidade do seu Coronel Saruê ao longo da trama), Christiane Torloni,
Selma Egrei, Luci Alves e o saudoso Domingos Montagner.
- “Escrava Mãe”
Em 2016, a Record atirou no
que viu e acertou no que não viu. Apostou fundo nas tramas bíblicas e se viu
obrigada a criar uma nova faixa de novelas para abrigar Escrava Mãe,
que, a princípio, substituiria Os Dez Mandamentos. E, mesmo correndo
todos os riscos de levar ao ar uma trama já totalmente gravada, a emissora
colheu bons frutos ao apostar, também, na faixa das 19h30. Escrava Mãe
acabou se tornando sua melhor novela neste ano, com uma produção caprichada,
elenco muito bem escalado e um texto redondo que ofereceu o melhor do folhetim.
Novelão da melhor qualidade.
- “Justiça”
Num ano em que a
Globo se destacou na produção de boas séries com uma “pegada” diferente, como Nada
Será Como Antes e Supermax, Justiça se destacou pelo conjunto
da obra. Uma trama interessante e muito bem entrelaçada, um elenco estelar e
competentíssimo e, ainda, uma direção arrojada de José Luiz Villamarim, Justiça
consagrou Manuela Dias como o novo nome dentre os roteiristas da Globo.
Também responsável pela bela Ligações Perigosas, Manuela mostrou-se uma
autora de mão cheia, dona de um texto maduro e que buscou sair do lugar-comum.
E Justiça foi uma das poucas unanimidades do ano, merecidamente.
- “Liberdade
Liberdade”
Num ano em que os
principais sucessos de audiência foram novelas de textos medianos, como Eta
Mundo Bom!, Totalmente Demais e Haja Coração (que foram boas
e divertiram, sim, mas não trouxeram nada de novo), Liberdade Liberdade
se destacou no horário das onze com uma trama histórica bem armada. A novela de
Mário Teixeira foi feliz ao narrar a saga da filha de Tiradentes, trazendo um
pano de fundo histórico para uma temática que se mostrou bastante atual. 2016,
sem dúvidas, foi um ano bastante propício para a exibição de Liberdade
Liberdade. Fez todo o sentido.
- “Programa do
Porchat”
A grande estreia da
Record em 2016. A
emissora optou por entrar nesta onda de talk shows na madrugada e apostou no
talento do joven Fabio Porchat, escolha mais do que acertada. O formato é o
mesmo dos similares, mas tem na presença de Porchat o seu diferencial.
Divertido, irreverente, rápido e carismático, Porchat comanda seu programa com
grande presença, e seus bate-papos sempre arrancam boas risadas. Ao contrário
de uns e outros, o comediante não costuma constranger e nem atacar ninguém, mas
nem por isso deixa de ser ácido e esperto. Qualidade rara.
- “Programa do Jô”
Após uns anos sem
grandes novidades, Jô Soares fez a última temporada de seu Programa do Jô
com um vigor impressionante. Talvez para fechar este ciclo com chave de ouro,
sua produção não economizou nos convidados e nas atrações. Sempre em ritmo de
despedida, Jô recebeu grandes personalidades e fez entrevistas antológicas, com
destaque para Fausto Silva, Roberto Carlos e Ziraldo, seu último convidado, que
transformou o episódio final do Programa do Jô numa grande homenagem ao
multiartista. Programa do Jô saiu de cena por cima, mostrando porque
ainda era o melhor talk show da televisão brasileira, e fará uma falta danada.
- “MasterChef
Profissionais”
Se a versão com
crianças não foi lá estas coisas em 2015, o MasterChef Profissionais
relevou-se um grande acerto da Band. O programa manteve as características
vitoriosas da franquia, com boas provas e as presenças sempre marcantes do trio
Paola Carrosella, Erick Jacquin e Henrique Fogaça, além da apresentadora Ana
Paula Padrão. Mas ganhou um “tômpero” especial com seus participantes, todos
chefs profissionais, o que dava uma dimensão ainda maior a cada erro ou falha
do concorrente. Mesmo que a Band ainda use e abuse da franquia, o fato é que MasterChef
Profissionais garantiu uma interessante sobrevida ao programa.
- Realities do SBT
O SBT acertou em
cheio ao destinar as noites de sábado aos reality shows. A emissora teve bons
momentos com a exibição do Esquadrão da Moda, às 20h30, e foi feliz em
manter os programas de culinária às 21h30. Bake Off Brasil – Mão na Massa
teve uma ótima segunda temporada, e Hell’s
Kitchen – Cozinha Sob Pressão melhorou, e muito, com a entrada de Danielle
Dahoui na apresentação. A nova chef sabe ser firme e dura quando o momento (e o
formato) pede, mas também se mostrou doce e compreensiva diante de seus
pupilos. Muito simpática e bastante segura na apresentação, a chef Danielle foi
um achado do SBT!
- “Tamanho Família”
Em 2016, a Globo finalmente
cumpriu a promessa de dar a Márcio Garcia o comando de um novo programa. Tamanho
Família foi o resgate do bom e velho game show familiar, que já fez água em
vários momentos na TV aberta, e que voltou à cena num momento bastante
propício. Simples, divertido e com um apresentador bastante competente, Tamanho
Família se mostrou uma excelente e divertida alternativa aos chororôs
vistos nas tardes de domingo de praticamente todas as emissoras. Tudo bem que o
próprio Tamanho Família também cumpria sua cota de lágrimas com as
homenagens que encerravam os programas, mas não era nada muito apelativo. Que
volte em 2017, e com uma temporada maior!
- “A Garota da Moto”
A série da Mixer em
parceria com o SBT teve seus defeitos, como a trama batida e um núcleo de humor
tolo. Mas também mostrou que é possível fazer a dramaturgia da TV aberta sair
do lugar-comum, e ofereceu ao público do SBT um produto bem diferente das
novelas infantojuvenis que a emissora produz tão bem. A Garota da Moto
se destacou pela produção muito bem-feita, bons atores como Christianna Ubach e
Daniela Escobar como protagonistas, e pela injeção de sangue novo na produção
da TV aberta. E o resultado de audiência foi bastante satisfatório. Uma
experiência superválida e que merece ser repetida.
E pra você,
internauta? Quais os Destaques Positivos de 2016 na TV? Volto no sábado que
vem, dia 14, com um TELE-VISÃO novinho em folha! Aguardem e confiem!
André Santana
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