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Antes da Casa dos Artistas: Sabrina Parlatore apresentou cópia do Big Brother na Band

Sabrina Parlatore com os participantes de Território Livre
Sabrina Parlatore com os participantes de Território Livre (divulgação)

O BBB está tão enraizado na cultura televisiva brasileira, consolidado como o grande programa do verão na Globo, que é impossível imaginar que o Big Brother quase foi produzido pelo SBT. Em 2000, Silvio Santos negociava com a Endemol para trazer o formato para o Brasil. Enquanto isso, a Globo apostava em No Limite, uma versão do Survivor.

A negociação com Silvio Santos não foi adiante e o dono do SBT preferiu aposta numa “versão pirata”, a Casa dos Artistas, sucesso de 2001. No entanto, um ano antes, a Band tentou surfar na onda dos reality shows apostando em Sabrina Parlatore, mas o programa acabou passando praticamente em branco.

Em 2000, a Band tirou Sabrina Parlatore da MTV Brasil para lhe entregar um programa voltado ao público jovem. A ideia inicial era fazer um programa de variedades em uma tenda com espaço para 500 pessoas. No entanto, com o sucesso do No Limite, a Band mudou o conceito da atração, transformando-o numa espécie de Big Brother: nascia o Território Livre.

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Disputa juvenil

Território Livre estreou em 23 de outubro de 2000 e era exibido de segunda a sexta-feira, na faixa das 18h. A atração era apresentada ao vivo por Sabrina Parlatore e contava com um grupo de oito jovens que participavam das provas da atração. O cenário era um loft com várias câmeras (inclusive, escondidas atrás do espelho) montado nos estúdios da Band, lembrando o conceito do Big Brother.

Os participantes participavam de provas ao vivo e também de competições externas, gravadas antecipadamente. Eles também participavam de debates mediados por Sabrina e eram submetidos diariamente a uma espécie de jogo da verdade, onde expunham o que pensavam sobre os demais concorrentes. Havia ainda o Parlatório, um espaço reservado onde eles gravavam depoimentos.

O parlatório também era utilizado para votações. A partir do quarto dia de disputa, o participante com o menor número de pontos e o mais votado no Parlatório se enfrentavam numa votação popular. O mais votado era eliminado. A cada duas semanas, um vencedor era definido, ganhando um prêmio de R$ 7 mil. Depois disso, o game reiniciava, com novos participantes.

Apesar de o cenário ser um loft, os participantes não ficavam confinados. Eles se reuniam durante a atração, mas depois podiam voltar para suas casas. Com isso, o Território Livre se revelou uma espécie de mistura entre No Limite, Big Brother e 20 e Poucos Anos, sucesso da MTV.

Numa entrevista à revista Isto É Gente, em 19 de outubro de 2000, Sabrina Parlatore afirmou que acreditava no sucesso do formato, criado pelo diretor LP Simonetti.

“Aposto. É uma tendência [reality show] que tem dado certo. As pessoas gostam de ver, de torcer. Talvez porque os participantes sejam pessoas reais, como quem está em casa assistindo”, afirmou. “Sempre tive vontade de fazer um programa parecido. Quando trabalhava na MTV sugeri algo assim, só que eu acompanharia os bastidores da turnê de uma banda”, completou a ex-musa da MTV.

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Mudanças

Porém, Território Livre não atingiu as expectativas da Band. A atração permaneceu no ar nos mesmos moldes até o final de 2000. No início de 2001, a emissora apostou numa espécie de temporada de verão, trocando o loft por uma fazenda no interior de São Paulo.

Mas, em 12 de março, o programa passou por uma reforma geral. A atração passou a se chamar apenas Território, ganhou um novo cenário e se tornou um game show mais “tradicional”. A nova fase trazia  duas equipes de três pessoas cada, que disputavam provas de esforço físico, e conhecimentos gerais. Às quintas-feiras, uma equipe vencia, e seus membros disputavam entre si na sexta. O vencedor ganhava um carro zero quilômetro.

Porém, a audiência não reagiu e o Território chegou ao fim em maio de 2001, por determinação de Rogério Gallo, que assumia no mesmo período a superintendência artística e de programação da Band. O diretor optou por extinguir o programa e aproveitar Sabrina no O Super Positivo, comandado por Otaviano Costa no horário nobre. Com isso, o programa passou a se chamar Super Positivo.

Sabrina também passou a comandar um programa de clipes aos sábados, o Clip Mania. A atração registrou bons índices de audiência e ficou no ar por um bom tempo.

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O mundo gira…

Em meio à onda de realities que começava a despontar no Brasil em 2000, o Jornal do Brasil entrevistou vários profissionais de TV sobre o assunto. Na matéria, publicada em 03 de novembro de 2000, a publicação quis ouvir de Boninho sua opinião sobre o Território Livre.

"Não acompanhei o programa da Sabrina, mas acho que ele errou ao usar o conceito do Big Brother. Esse formato em que os participantes ficam dentro de uma casa é mais apropriado para países de inverno rigoroso, onde as pessoas ficam sem sair. O sucesso de No Limite foi adaptar o que há lá fora para o Brasil, levando em conta nosso clima", disse o diretor, sem imaginar que seria ele o incumbido de implantar a atração no Brasil.

O mundo dá voltas…

André Santana

02/05/2024

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1 Comentários

  1. Olá, tudo bem? Ótimo post. Eu considero Território Livre como o primeiro programa do gênero (e não a Casa dos Artistas). Assistia. E ótima captura da fala do Boninho. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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