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Fim do programa Eliana encerra "dança das cadeiras" iniciada há 15 anos

Eliana na estreia de seu programa, em 2009
Eliana na estreia de seu programa, em 2009 (divulgação)

O programa Eliana, do SBT, foi o último dos sobreviventes de uma intensa “dança das cadeiras” que aconteceu na televisão brasileira em 2009. A contratação de Gugu Liberato pela Record naquele ano deu início a uma louca disputa de passes entre a emissora de Edir Macedo e a de Silvio Santos, que rendeu momentos um tanto inusitados.

Há 15 anos, Gugu já não vivia sua melhor fase à frente do Domingo Legal. Na época, o programa ia bem de audiência, graças ao sucesso do quadro Construindo um Sonho, mas o apresentador buscava mais. Por isso, acabou aceitando o convite da Record, cujo namoro já vinha de alguns anos. A promessa era um “plano de carreira” para Gugu: além de um dominical, o apresentador também comandaria um talk show na Record News - que nunca saiu do papel. Gugu sonhava em ficar apenas com o programa de entrevistas após alguns anos. 

Gugu se mudaria para a Record ao fim de seu contrato com o SBT, em 2010. No entanto, a emissora de Silvio Santos optou por liberá-lo antes, já que sua transferência era pública e notória. Criou-se uma situação estranha, já que Gugu era um futuro funcionário da Record trabalhando no SBT. Realmente, já não fazia sentido mantê-lo no ar.

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Troca-troca

Diante do desfalque, o SBT se movimentou. A emissora escalou Celso Portiolli para assumir o Domingo Legal - a princípio, provisoriamente - e surpreendeu ao contratar Eliana, que fazia sucesso com o Tudo É Possível nos domingos da Record. A ideia do canal era substituir o Domingo Legal pela atração da loira, remanejando Celso em seguida para os sábados, convertendo o Domingo Legal em Sábado Legal. Porém, diante dos bons resultados de Celso no lugar de Gugu, o SBT mudou de ideia e decidiu manter três grandes programas de auditório aos domingos, com Celso, Eliana e Silvio Santos, configuração que existe até hoje.

Assim como o SBT não acabou com o Domingo Legal, a Record também não extinguiu o Tudo É Possível. O programa foi mantido na grade, com a apresentação de Ana Hickmann, dividindo os domingos com o recém-lançado Programa do Gugu. Isso gerou uma situação inusitada, já que o Tudo É Possível e o Eliana eram bem parecidos. Ou seja, dois programas idênticos em canais diferentes. Enquanto isso, o Programa do Gugu e o Domingo Legal também se assemelham, já que ambos tinham o quadro de reforma de casas como carro-chefe. Os domingos de SBT e Record ficaram bem parecidos. 

Mas as situações insólitas não pararam por aí. O SBT não aceitou muito bem perder Gugu para a Record e tratou de promover um grande ataque à concorrente. Além de Eliana, o SBT tirou da Record Roberto Justus, Richard Rasmussen, Roberto Cabrini e o autor de novelas Tiago Santiago. A estratégia era clara: enfraquecer o concorrente promovendo um grande desfalque.

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Eliana: a sobrevivente

Curiosamente, Eliana foi a única que vingou em meio a este chumbo trocado. O Tudo É Possível saiu do ar no final de 2012, enquanto o Programa do Gugu chegou ao fim no ano seguinte. Tiago Santiago escreveu duas novelas para o SBT, mas nenhuma repetiu o êxito de suas tramas na Record. Roberto Justus emplacou dois game shows, mas nenhum vingou e ele saiu do SBT antes do final de seu contrato. 

Enquanto isso, o Aventura Selvagem, de Richard Rasmussen, ficou no ar até 2014. Quem teve vida mais longa foi Cabrini, já que seu Conexão Repórter ficou no ar entre 2010 e 2020. Só não tão longa quanto o programa Eliana, que estreou em 30 de agosto de 2009 e deve ser encerrado no final de junho, pouco tempo antes de completar 15 anos.

Com a anunciada saída de Eliana do SBT, essa “dança das cadeiras” iniciada em 2009 chegou ao fim em definitivo. No entanto, a chegada da loira em um novo canal e o lançamento de uma nova grade dominical do SBT com o fim do programa Eliana podem desencadear uma nova movimentação. Vamos acompanhar.

André Santana

06/04/2024

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