Digimon |
Hoje, os canais abertos simplesmente não investem em programas infantis. Assim, dá pra imaginar a Globo (ou qualquer outro canal) desembolsar a bagatela de R$ 800 mil para adquirir os direitos de uma animação? Isso aconteceu em 2000, ano em que a líder de audiência buscou se armar até os dentes para recuperar a liderança de audiência de suas manhãs, perdida para a Record e o SBT.
Naquela época, três loiras disputavam a tapa a atenção das crianças. Na Globo, Angélica comandava o Angel Mix. Na Record, Eliana estava à frente do Eliana & Alegria. E no SBT, Jackeline Petkovic ancorava o Bom Dia & Cia. Para ajudá-las nesta batalha, as três loirinhas contavam com um pacote de desenhos animados.
A vantagem no segmento sempre foi do SBT, que mantinha acordos com a Disney e Warner naquela época e contava com todo o arsenal de animações destas duas gigantes mundiais. Já a Globo tinha um ou outro trunfo, mas nada muito especial. Enquanto isso, a Record era o elo mais fraco, já que a emissora, ao lançar o programa de Eliana, ainda não tinha tradição em programas infantis naquela época.
Isso mudou quando a Record comprou os direitos de Pokémon. Lançado no programa de Eliana, a animação japonesa colocou o Eliana & Alegria no “mapa” e foi o grande responsável pelo sucesso da loira na emissora. A disputa, então, ficou concentrada entre Record e SBT, já que o programa de Angélica estava numa fase fraca, com conteúdo quase zero e desenhos desgastados. Não raro, Angel Mix ficava em terceiro lugar, atrás dos poderosos desenhos da concorrência.
A Globo, então, foi às compras. A emissora buscou no mercado uma animação capaz de bater de frente com Pikachu e cia e encontrou Digimon, que tinha alguma similaridade com a atração concorrente. Porém, a primeira temporada da animação havia terminado há pouquíssimo tempo no Japão e só estaria liberada para a exibição no ocidente a partir de setembro de 2000. Mas a Globo tinha pressa, pois queria aproveitar as férias de julho para exibir este trunfo. Por isso, o canal pagou R$ 800 mil para antecipar a estreia.
Depois disso, veio a intensa campanha de lançamento. A Globo não economizou e anunciou a estreia de Digimon em tudo o que foi lugar. As chamadas foram espalhadas pela programação, ganhando destaque até nos intervalos mais concorridos, como do Jornal Nacional e da novela Laços de Família. “O novo nome da aventura é Digimon”, repetia a chamada lançada pelo canal.
Digimon, então, estreou em 3 de julho de 2000, como a principal atração do Férias Animadas, programa que substituiu o Angel Mix. A atração mostrava Angélica fazendo viagens, ao mesmo tempo em que apresentava uma série de desenhos inéditos. Mas era Digimon a grande atração, com direito até a uma vinheta de Angélica vestida de Sora cantando o mantra “Digimon, digitais, Digimon são campeões”. Tudo deu certo! Digimon devolveu a liderança de audiência para a Globo e caiu no gosto da molecada naquela época.
Nostalgia no Globoplay
Mas por que o blog está resgatando a história de Digimon no Brasil? Porque a animação voltou a fazer sucesso por aqui. O Globoplay lançou recentemente o desenho japonês e vem fazendo sucesso junto aos marmanjos nostálgicos que assinam a plataforma.
A animação funcionou tão bem no streaming que a Globo já adquiriu os direitos de Digimon 02, continuação da saga dos monstrinhos digitais, que deve ser lançada em breve no Globoplay. Como se vê, nostalgia é algo que funciona muito bem no streaming.
André Santana
12/11/2022
2 Comentários
Olá, tudo bem? Eu lembro que o Datena criticava veementemente o desenho do Pokemon que criava distúrbios em algumas crianças. Isso no Cidade Alerta. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br
ResponderExcluirAs cenas fosforescented
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