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"Amor de Mãe" retorna acelerada, mas sem perder a emoção


Esperada há um ano, a reta final de Amor de Mãe finalmente entrou no ar nesta semana, depois da pausa forçada pela pandemia da covid-19. A novela de Manuela Dias voltou ao ar com o grande desafio de colocar um ponto final na história em apenas 23 capítulos. Para dar conta, a autora tratou de eliminar gorduras, focar na história principal e colocar o pé no acelerador, imprimindo um ritmo eletrizante à narrativa.

A estratégia de retorno de Amor de Mãe se mostrou acertada. O “resumão” exibido em duas semanas foi muito feliz ao se colocar como um novo produto, e não mera recapitulação. A narração de Lurdes (Regina Casé), Vitória (Taís Araújo) e Thelma (Adriana Esteves) tornou o espectador cúmplice de suas trajetórias, resgatando toda a emoção do enredo. Por meio do olhar delas, alguns núcleos praticamente desapareceram, enquanto outros foram recapitulados em trajetória não-linear. Funcionou como uma boa preparação para a estreia dos capítulos inéditos.

E o que se viu a seguir foi uma movimentação atípica. A trama deu um salto de seis meses, incluiu a pandemia no enredo e apresentou vários personagens em contextos distintos de onde eles estavam quando a história parou. Com isso, Amor de Mãe provocou algumas surpresas, que foram elucidadas com flashbacks, como toda a situação que levou Álvaro (Irandhir Santos) para a prisão. 

Ao mesmo tempo, mal vimos Thelma chegar ao extremo matando Rita (Mariana Nunes) na sexta-feira, e na segunda ela já retomou seu viés assassino ao dar cabo da melhor amiga, Jane (Isabel Teixeira). O resumão deixou bem claro que Thelma era capaz de grandes loucuras por seu filho, ou seja, ela não foi “transformada” em vilã. Mesmo assim, matar duas personagens em dois capítulos foi chocante. Compreensível, dado o salto de seis meses, mas ainda chocante.

A alta voltagem se seguiu nos capítulos seguintes. Amor de Mãe seguiu eletrizante com o sequestro de Betina (Isis Valverde) e a morte de Marconi (Douglas Silva), numa sequência onde tudo aconteceu muito rápido, sem tempo para o espectador respirar. Com isso, a novela voltou muito focada na ação, perdendo um pouco o caráter contemplativo que caracterizou a primeira fase, que mostrava grandes “passeios” da câmera pelos cenários, ou momentos de silêncio. Com isso, a novela perdeu um pouco de seu charme.

No entanto, os capítulos de quinta e sexta, embora ainda apressados, foram menos frenéticos, dando espaço novamente aos dramas dos personagens e alguns momentos de contemplação. Com isso, Amor de Mãe retomou alguns pontos que fizeram com que ela fosse considerada “diferente” por parte do público. Ainda bem!

No geral, Amor de Mãe voltou à cena reafirmando suas qualidades, como o bom texto da autora, a direção firme de José Luiz Villamarim, um elenco acima da média e uma história envolvente, que utiliza do melodrama com um olhar muito peculiar. E a pressa em encerrá-la não chega a prejudicá-la, pelo contrário. Dá um clima de reta final, o que realmente é. Além disso, a inclusão da pandemia no enredo foi uma saída inteligente para evitar a aglomeração do elenco e da equipe. As situações nas vidas dos personagens foram adaptadas, assim como na nossa vida. 

Assim, respiremos fundo e acompanhemos a fase final de Amor de Mãe, que promete mais tensão, numa mistura de thriller e novelão que segue se revelando inventiva, inteligente e cheia de emoções. É hora de, finalmente, ver Lurdes descobrindo que Danilo (Chay Suede) é Domênico e ver como a amizade com Thelma, tão bem construída ao longo de toda a novela, será transformada a partir deste revés do destino. Novelão!

André Santana

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2 Comentários

  1. Olá, tudo bem? Na realidade, Amor de Mãe voltou pesada. Mortes atrás de mortes...Sempre enxerguei Amor de Mãe como uma supersérie, apesar do roteiro batidíssimo (mãe atrás do filho desaparecido...). Enfim.. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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    1. Se daria melhor como novela das onze. ..pena obra anterior da autora justiça ela se da bem nessa pegada. ..até que a noveja da Lourdes vai ter um bom final

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