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Record lança "Jesus" e SBT ataca com "Z4"

"O que Adão e Eva estão
fazendo na minha novela?"

Record e SBT promoveram estreias em dramaturgia esta semana. Enquanto a primeira retoma o “arroz com feijão” de suas tramas bíblicas passadas na antiguidade, depois do “experimento” em Apocalipse, a segunda segue investindo no público infantojuvenil. Na última terça-feira, 24, a Record exibiu o primeiro capítulo de Jesus; já na quarta-feira, 25, foi a vez do SBT estrear a série Z4.

Jesus teve uma estreia confusa. A trama começou com cenas da crucificação de Cristo (Dudu Azevedo). Em seguida, a história dá um belo “salto para trás” e chega ao Gênesis. E depois que Eva morde o “fruto proibido”, a novela deu um novo salto, desta vez para frente, chegando ao ano anterior do nascimento do protagonista. Aí, Jesus seguiu sem um foco definido. Ao mesmo tempo em que a narrativa foca na juventude de Maria (Juliana Xavier) e José (Guilherme Dellorto), também dá espaço a Herodes (Paulo Gorgulho) e à guerra com os romanos. Tanta informação deixou a trama dispersa, sem uma unidade que garantisse um interesse maior. A tentativa de contextualizar a audiência quanto ao período histórico é sempre válida, mas foi feita sem muita sutileza. Pareceu uma sucessão de cenas soltas.

Por outro lado, o texto de Paula Richard chamou a atenção pela maneira como retrata Maria e José. São dois personagens que passaram uma pureza, mas, ao mesmo tempo, não exageraram na ingenuidade. Mérito não somente do texto, mas também da interpretação dos jovens Juliana e Guilherme. Jesus também chamou a atenção pelo capricho da ambientação, cenários e figurinos, bem mais convincentes que das tramas anteriores. Ou seja, tem potencial para agradar os fãs da dramaturgia bíblica da Record. Se não cair no mesmo erro de Apocalipse e abusar da doutrinação, pode funcionar.

No dia seguinte, foi a vez de Z4 estrear no SBT. E, assim como Jesus, Z4 também teve uma estreia meio confusa. Apesar de se vender como uma série juvenil, Z4 tem estrutura e jeito de novela, trazendo muitos personagens espalhados em núcleos variados. Ao narrar a formação de uma boy band por um famoso produtor musical, a trama da série enfoca quatro jovens diferentes. Luca (Pedro Rezende), Paulo (Gabriel Santana), Rafa (Matheus Lustosa) e Enzo (Apollo Costa) são os integrantes da boy band, liderados pelo produtor Zé Toledo (Werner Schünemann) e sua filha, a coreógrafa Pâmela (Manu Gavassi).

Cada um dos quatro integrantes da Z4 acaba liderando um núcleo diferente. E todos eles tiveram espaço nesta estreia. Com isso, Z4 teve pouco tempo para apresentá-los adequadamente, o que levou ao surgimento de várias situações que soaram forçadas. Ao final do episódio, ficou a sensação de que nada aconteceu direito. No entanto, a série tem a grife da Disney e do SBT, duas especialistas em dramaturgia juvenil. Também conta com a direção de Márcio Trigo, experiente no gênero, e conta com nomes de peso no elenco, como Werner Schünemann, Bárbara Bruno e Ângela Dippe, que imprimem credibilidade à obra. Fora que resgata nomes conhecidos, como Negra Li e Patrícia de Sabrit. Vamos ver se melhora nos próximos episódios.

André Santana

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4 Comentários

  1. Achei fracos os dois programas.

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    1. Acho que os dois têm potencial. Vamos ver os próximos capítulos.

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  2. Vi pouco de Jesus, mas creio que tem potencial.
    Alguns nomes são excelentes. Também não entendi isso de Adão e Eva. Genêsis não é próxima novela?

    Sobre z4: achei o primeiro fraco, apesar de alguma frase de efeito, do colorido (o sbt sempre capricha nisso) e de ver Patrícia eterna Pérola Negra atuando novamente. E Werner e Dippe são ótimos!

    Queria muito uma novela adulta. O SBT poderia muito bem produzir.

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    1. Oi João! Adoraria também que o SBT retomasse as novelas adultas, mas isso não vai acontecer tão cedo. Novela é um produto caro, e as últimas produções nesta seara no SBT não fizeram sucesso. Como as infantis apresentam resultado muito superior, creio que Silvio Santos seguirá concentrando seus esforços nelas.

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