Na próxima
segunda-feira, 25, vai ao ar o último capítulo de Novo Mundo. A trama das seis de Thereza Falcão e Alessandro Marson
foi uma agradável surpresa da programação da Globo em 2017. Ao misturar
folhetim com figuras históricas, fazendo uma aventura de época inserida no
início do Brasil Império, os autores conseguiram manter o interesse do público
e entregar uma trama redonda, divertida e sem barrigas.
A trama foi uma
sucessão de acertos. A saga de Anna Millman (Isabelle Drummond) seguiu a
cartilha do folhetim básico, trazendo uma mocinha que tinha a sua força. Como
era uma trama de época, a heroína, claro, era à frente do seu tempo, fugindo da
chatice das protagonistas convencionais. Teve sua cota de sequestros e de
cárcere, mas nada que prejudicasse o andamento da trama. Ao seu lado, outro
herói idealizado, mas bem eficiente. Joaquim (Chay Suede) era quase um
super-herói onipresente, mas funcionava, graças ao bom texto e ao carisma
impresso pelo ator ao personagem.
Mas foi o casal que
andou ao lado dos heróis que concentrou os olhares do público que curte uma boa
história de amor. Os personagens históricos Dom Pedro I (Caio Castro) e sua
primeira esposa, Leopoldina (Letícia Colin) caíram nas graças da audiência,
sobretudo em razão do trabalho da atriz, que deu humanidade à princesa. Assim,
valeu a “licença poética” da trama, que aproveita do recorte da época retratada
para dar um final feliz ao casal, ao mesmo tempo em que conferiu ares de vilã à
amante de Pedro, Domitila (Agatha Moreira).
Além do folhetim
tradicional, os autores foram felizes ao usar a temática histórica para fazer
um paralelo com o Brasil atual. Com muita sagacidade, Thereza Falcão e
Alessandro Marson colocaram na boca de seus personagens diálogos de duplo
sentido, que encaixavam perfeitamente no contexto atual do país. O resultado
foi uma novela com diversas camadas, que não saía de seu objetivo principal, o
entretenimento, mas que também era capaz de provocar o público e despertar a
reflexão.
Além disso, Novo Mundo tinha uma galeria de
personagens simpáticos, carismáticos e muitos divertidos, que sempre protagonizavam
ótimas cenas e situações. Uma delas é a atriz Elvira Matamouros, sem dúvidas o
melhor trabalho de Ingrid Guimarães na TV. A personagem começou como uma vilã,
que fazia de tudo por amor a Joaquim, atrapalhando o romance dele com Anna.
Quando cumpriu sua missão nesta trama, caminhava para a morte, mas o público
tratou de “salvá-la”. A solução encontrada pelos autores, então, foi armar uma
falsa morte para Elvira, fazendo sua trama andar, mas colocando-a como uma
carta na manga, para ser sacada num momento oportuno. E, quando voltou, Elvira
assumiu de vez sua porção cômica, em novas situações.
Elvira formou uma
equipe e tanto com Germana (Vivianne Pasmanter) e Licurgo (Guilherme Piva),
tipos impagáveis donos de uma pavorosa estalagem. Intrometidos, sem asseio e
com muita cara-de-pau, o casal roubou todas as cenas com muito humor e até
alguma crítica social. Elvira, Germana e Licurgo, juntos, foram os responsáveis
pelos melhores momentos da trama.
Outro destaque foi o
interessante triângulo amoroso formado por Wolfgang (Jonas Bloch), Diara
(Sheron Menezzes) e Ferdinando (Ricardo Pereira). Os três personagens tão
simpáticos, que ficou difícil tomar partido na situação. E o núcleo ganhou um
tempero e tanto com a entrada da terrível Greta, mais um trabalho brilhante de
Julia Lemmertz. Outro acerto foi a presença dos piratas que, embora pontual,
teve trajetória sempre marcante. Fred Sem Alma (Leopoldo Pacheco) foi um vilão
e tanto.
Tantos acertos
fizeram de Novo Mundo um novelão da
melhor qualidade. Agora, é aguardar o final feliz dos mocinhos, conferir o
destino do vilão Thomas (Gabriel Braga Nunes) e se divertir pela última vez com
os ótimos Licurgo, Germana e Elvira. Novo
Mundo deixa saudades.
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André Santana
7 Comentários
Olá, tudo bem? O excesso de sotaques provocou um ruído intransponível, pelo menos para esse humilde blogueiro. Fora os velhos estereótipos que recaem na História Brasileira e foram abusados no desenvolvimento da novela. Pelo menos, gostei da valorização da figura da Imperatriz Leopoldina que deveria ganhar mais destaque nos livros escolares...Enfim, a novela não me envolveu, mas respeito a produção. Abs, Fabio www.tvfabio.zip.net
ResponderExcluirOi Fabio, tudo bem? Bom, novela é novela, não é? Não foi um documentário histórico. Se serviu para fazer com que o público se interessasse mais pela História do Brasil, já está valendo. Os sotaques não me incomodaram, o que é raro, normalmente eu também não gosto. Achei tudo na medida. Abraço!
ExcluirDesculpem todos, mas simceramente, dessa vez Imgrid Guimaraes nao me convenceu, pelo contrario, cansou, a historia dela ou so andou em circulos ou foi uma enrolacao so. Exemplo, demorou uns tres capitulos o episodio que ela envenena os piratas e ate ela mesma e pra que ? Nao acrescentou nada a historia, e sempre com o mesmo bordao 'Elvira Matamouros, grande atriz, grande mulher, grande mae, grande tudo' admito que a audiencia critica e redes sociais adoraram, mas eu, com todo respeito a otima Imgrid, detestei.
ResponderExcluirTirando a Elvira,faco jus as palavras do Andre.
Andre, na sua primeira avaliacao da novela, voce nao estava gostando do Gabriel Braga Nunes. E agora, ele conseguiu te fazer mudar de opiniao ao l8mgo de toda trama ?
Abraco
O gabriel eo bandido mor das novelas ..precisa fazer tipos ddiferentes.
ExcluirDaniel, eu disse que o Gabriel Braga Nunes estava no piloto automático. E mantenho isso. Foi um bom vilão, sim, ele não estava ruim. Mas ele fez do mesmo jeito que fez todos os seus últimos personagens, no mesmo tom monocórdico.
ExcluirEstou me sentindo órfão de Novo Mundo!
ResponderExcluirComenta | www.jurandirdalcincomenta.com
Tamo junto!
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