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Mudanças repentinas na Globo passam impressão de desorganização

Cissa Guimarães no É de Casa
Foto: divulgação/TV Globo

Conhecida por seu planejamento sempre muito bem cuidado, a Globo teve um ano de 2021 que mostrou que alguma coisa mudou. Nunca, na história recente do canal, houve mudanças tão bruscas e repentinas, passando ao público a impressão de que a emissora vem vivendo na base do improviso. O troca-troca de apresentadores foi feito de maneira atropelada, que pareceu até desrespeitosa com a história de profissionais que fizeram parte da construção da emissora.

O primeiro exemplo, claro, é o de Fausto Silva. A Globo iniciou o ano anunciando uma temporada de despedida do Domingão do Faustão, prometendo grandes atrações para encerrar com chave de ouro a trajetória vitoriosa do dominical. No entanto, enquanto o último Domingão ia ao ar, Fausto Silva e a direção da Globo, parece, já não estavam falando a mesma língua, e o resultado foi a saída brusca do animador seis meses antes do previsto.

Assim, o Domingão do Faustão se tornou Super Dança dos Famosos. O quadro virou programa, sob o comando de Tiago Leifert. Depois, voltaram com o Domingão, mas desta vez com Huck. Até agora, o Domingão com Huck não disse a que veio, já que não trouxe absolutamente nada de novo. Parece uma costura mal feita do antigo Domingão com o antigo Caldeirão. Está perdido.

Depois, foi Tiago Leifert quem surpreendeu a todos ao anunciar que não renovaria com a Globo. Depois de uma temporada vitoriosa no BBB e uma elogiadíssima performance à frente da Super Dança dos Famosos, parecia que Tiago rumava a se tornar a grande estrela do canal. Mas ele preferiu desacelerar. E prometeu uma despedida no The Voice Brasil.

Despedida que não deve acontecer. Por motivos pessoais, Tiago Leifert se afastou das gravações do The Voice, que foi assumido por André Marques. Até agora, não se sabe se ele volta para se despedir ou não. Pode ser que a Globo não tenha nada a ver  com isso, e tenha sido realmente uma decisão dele se afastar antes por conta de problemas pessoais. Mas que passou a impressão de que houve nova desorganização, passou. Estranho.

Por fim, na última semana, a emissora dispensou mais uma prata da casa. Cissa Guimarães, há algumas semanas, voltava ao É de Casa toda sorridente, após passar mais de um ano afastada e gravando entrevistas de sua casa, por pertencer ao grupo de risco da covid-19. Devidamente vacinada, ela voltou aos estúdios com a energia que lhe é peculiar. Mas seu retorno durou pouco. Numa semana, ela estava lá no É de Casa. Na outra, mereceu apenas uma breve despedida, sem nem ao menos estar presente. Foi Ana Furtado quem anunciou a saída de Cissa do matinal, num recado quase fúnebre.

O caso de Cissa Guimarães parece fácil de entender. A atriz e apresentadora tinha 40 anos de casa, o que poderia lhe render um salário considerável. Mas o É de Casa, a Globo sabe, funciona muito bem com “apresentadores genéricos”, e o matinal, hoje, tem apostado em dar espaço a nomes pouco conhecidos. É a matemática: um apresentador novo tem um salário menor. A troca, então, gera economia.

Porém, mesmo que Cissa Guimarães não tenha chegado ao tamanho de Fausto Silva ou Tiago Leifert, ela era “prata da casa”. Ao ser, por tantos anos, um dos principais rostos e vozes do Vídeo Show, a artista conseguiu construir uma relação de afeto com seu público. Ela se tornou um cartão de visitas do canal, e é inegável que tinha uma personalidade muito forte à frente de programas como o É de Casa. Era o nome mais popular do matinal, sem dúvidas.

Assim, pelos mais variados motivos, a Globo perdeu talentos importantes neste ano. São rostos que fizeram parte da história do canal. E que não tiveram nem mesmo a chance de dizer adeus ao público que os acompanhou durante tanto tempo. Foram mudanças bruscas, que não condizem com a história do canal.

André Santana 

06/11/2021

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5 Comentários

  1. Aproveito para recomendar a leitura de posts do Guilherme Ravache, que tem coluna tanto no Splash UOL como tambem no NTV, que analisa o atual momento da Globo em varios posts, num deles, ele diz que a Globo se utiliza do metodo Netflix que contrata artistas por obra, ou que a Globo esta 'uberizando' seu quadro de funcionarios, com o minimo de profissionais fixos. O que Ravache nao disse eh que as plataformas de streaming estao comecando a usar o antigo metodo Globo, contratando a prazo longo profissionais como Silvio de Abreu, Angelica, Lazaro Ramos
    Lembrando que o caso do Fausto Silva, na teoria a emissora nao precisava acabar com o Domingao do Faustao porque ia tudo bem (audiencia, faruramento, boa repercussao) mas foi uma aposta do Ricardo Waddington em querer rejuvenecer o Domingao, dai a entrada do Huck. E algo realmente aconteceu entre Fausto e a direcao houve um ruido. Isso na teoria, porque na pratica se tem mais critica negativa do que positiva ao Domingao com Huck.
    Eu acredito no
    Leifert, nao tem o porque dele mentir dizendo que saiu por problemas familiares. Nao acho que a Globo repetiu o caso Fausto Silva, tanto que o que se diz eh que Leifert estara no episodio final na plateiado The Voice Brasil 2021 nesse caso nao houve ruido
    E tambem o que se diz eh que ainda nao terminou o processo de demissoes de profissionais com salarios vultuosos e com muitos anos de Globo.
    Mais do que parecer que a emissora esta desorganizada, ela mostra a frieza das grandes empresas corporativistas demitindo friamente com apenas notas de agradecimento as vezes nem isso. Ganham as empresas de streaming que estao contratando os funcionarios demitidos, a Band foi a unica emissora de tv aberta que se aproveitou das demissoes da Globo. Alias isso me preocupa, de onde vem tanto dinheiro pra Band contratar Fausto, o quarteto do Perrengue, Formula 1. Aposta alta da band com Fausto.
    Talvez tenha sido ate o final dos anos 90 com Boni no comando da Globo, que tinha a impressao da empresa ter o clima familia, contratando tantos funcionarios a longo prazo muitos deles podendo ficar algum tempo sem trabalhar.
    Os tempos mudaram, mas eh triste e desumano a forma como esta ocorrendo as demissoes.
    Essa impressao de desorganizacao nao sei sera definitiva mas vai se perpetuar ainda por muito tempo. A tv aberta embora ainda seja necessaria e importante do ponto de vista financeiro, nao eh mais prioridade pro grupo Globo e sim a globoplay.
    Mas o fato que a Globo nao tem forca suficiente pra lidar com gigantes como Netflix, Warner com HBO Max, a Disney+, a Amazon com o Prime. Mas agora nao pode voltar atras e tem que continuar investir no streaming mas nao pode deixar a tv aberta que mesmo perdendo audiencia e faruramento, no Brasil, por causa das desigualdades sociais com pessoas nao podendo pagar streaming ou internet, dependem da tv aberta.
    Mais do que esse ar de desorganizacao, me entristece essa forma desumana necesse processo de demissoes que aijda nao terminou.

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    1. Belíssima sua análise, penso da mesma forma. Me deixa triste também porque se trata de pessoas e pessoas que tem vinculo grande com o público.

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  2. Olá, tudo bem? A série A Usurpadora foi um fracasso de audiência? Foi, mas eu gostei. Deveria ter sido exibida na faixa das 20h30. Depois do telejornal. Sobre Cissa Guimarães: o programa É de Casa é inchado e com pouca repercussão. A nossa tv passa por um processo de transformação e a TV Globo sofre consequências disso. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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    1. O e de casa até que tem dicas legais porém devia virar quadro do encontro e voltar a ter programas infantis ou juvenis sábado de manhã.. mas realmente a nova geração nem vê mais TV aberta novelas etc..e voltada pras senhora sem internet que muita gente se afastou da Globo por ser maus conservadora

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  3. É a Globo dando uma de SBT, improvisando apresentadores e a conclusão que tiro disso é que o Domingão com Huck precisa estrear de novo porque esse formato tem prazo de validade. O É de Casa como disse o Fabio é muito inchado e a repercussão é nula exceto em casos especiais como hoje na repercussão da morte da Marília Mendonça. São os efeitos da transformação da TV aberta que finalmente chegam à líder de audiência.

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