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"Éramos Seis" faz boa estreia na Globo

"E lá vamos nós pela quinta vez..."

Na São Paulo da década de 1920, a matriarca Lola (Gloria Pires) só quer o bem de sua família. Mãe arquetípica, para ela ser feliz é ver a família feliz e unida. Por isso, ela não tolera brigas entre seus filhos. Sonha para eles a mesma harmonia que tem com suas irmãs. E é esta humanidade de Lola, um tanto idealizada, mas muito palatável, que imprime o estilo de Éramos Seis, nova novela das seis da Globo, mas a quinta versão desta história na TV.

Ângela Chaves, autora da nova novela das seis da Globo, se baseia na adaptação de Silvio de Abreu e Rubens Ewald Filho (cujo texto, inspirado no livro de Maria José Dupré, foi montado pela Tupi em 1977, e pelo SBT em 1994). A novelista promete uma Lola menos submissa e um final menos trágico. A ideia é mostrar uma saga familiar, que atravessa três décadas. Assim, apresenta situações reconhecíveis por qualquer família, em qualquer época.

Na primeira semana, Ângela Chaves conseguiu manter intacto o espírito do original. Os personagens foram apresentados de maneira harmônica, e vivendo situações simples. Os primeiros capítulos mostraram o drama de Lola é unir a família e ajudar o marido Julio (Antonio Calloni), suas irmãs do interior vivem a expectativa de passarem férias na capital paulista. Paralelamente, as diferentes personalidades dos filhos de Lola são mostradas em picardias infantis. E a semana terminou com a chegada de suas irmãs, a alegria de seus filhos mais novos com a chegada de um cachorrinho e as travessuras de Alfredo (Pedro Sol) na escola. Em suma, foi uma primeira semana graciosa de uma novela que tem na aparente despretensão um charme especial.

Para os noveleiros, Éramos Seis é uma novela que deixou boas lembranças. A versão do SBT é considerada, com todos os méritos, a melhor novela já exibida pelo canal de Silvio Santos. Na época, o canal tinha um plano de dramaturgia ambicioso. Assim, Éramos Seis contava com grifes como Nilton Travesso na direção, e Irene Ravache, Othon Bastos, Denise Fraga, Jussara Freire e tantos outros medalhões no elenco. O público respondeu bem e a trama foi um sucesso.

Sendo assim, para quem viu a versão do SBT, a comparação é inevitável. Obviamente, trata-se de uma nova montagem, com atualizações necessárias. Porém, aqui, a comparação não chega a prejudicar. Afinal, que atriz é mais indicada do que Gloria Pires, com sua espantosa naturalidade, para fazer uma mulher tão simples e reconhecível? Assim como Irene Ravache brilhou no SBT, Gloria deve repetir o sucesso na Globo.

Outra comparação que merece menção é o divertido casal Olga (Maria Eduarda de Carvalho) e Zeca (Eduardo Sterblich). Os novos intérpretes conseguiram (de propósito ou não) manter o mesmo espírito impresso por Denise Fraga e Osmar Prado na versão do SBT. Destaque para Sterblich, que surpreende vivendo um tipo diferente do que estamos habituados a vê-lo.

A nova versão de Éramos Seis chega numa boa hora. 25 anos separam a última versão da mais recente, dando a chance de uma nova geração conhecer este texto tão terno e delicado. Além disso, o know-how da Globo na produção de novelas de época deve dar à Éramos Seis uma embalagem ainda mais vistosa que a anterior. Isso sem falar na nova abertura, de um bom gosto que salta aos olhos. A novela promete.

André Santana

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4 Comentários

  1. Olá, tudo bem? Comentarei neste domingo no meu blog sobre Éramos Seis. Adianto aqui que detestei essa abertura. Gélida. Sem calor humano. Muito complicado. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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    1. Oi Fabio! Discordo, achei a abertura muito bonita. Abraço!

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  2. Eae André. Realmente foi uma semana de estreia muito boa, a novela possui um ritmo e trilha pitorescos e personagens agradáveis.

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