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"Novo" Troféu Imprensa melhora embalagem, mas destrói conteúdo

Patricia Abravanel e Celso Portiolli no Troféu Imprensa
Patricia Abravanel e Celso Portiolli no Troféu Imprensa (Rogério Palatta/SBT)

Após um hiato de três anos, o Troféu Imprensa voltou a ser realizado pelo SBT. Sem Silvio Santos, Patrícia Abravanel e Celso Portiolli assumiram a função de comandar o corpo de jurados formado por profissionais da imprensa especializada em televisão e variedades. Com a mudança no comando, o programa passou por uma necessária repaginada.

Repaginada, aliás, mais do que bem-vinda. Finalmente, foram criadas novas categorias que contemplam a atual produção audiovisual brasileira, como Melhor Programa Diário, Melhor Documentário e Melhor Reality Show. Além disso, o Troféu abandonou a cafona “cópia” do Oscar para se tornar o emblemático microfone de Silvio Santos. Com isso, a peça ganha originalidade, além de fazer uma justa homenagem ao animador.

Além das tradicionais entregas dos troféus dos anos anteriores, o programa também apostou em convidados especiais e homenagens, o que deixou a premiação bem mais simpática. Regina Duarte e Carlos Alberto de Nóbrega receberam honrarias pela trajetória. Foi ótimo!

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Prêmios equivocados

Mas, se a embalagem melhorou, o conteúdo piorou bastante. Não é de hoje que o Troféu Imprensa é acusado de favorecer programas do SBT, mas, em 2025, isso ficou escancarado. A emissora criada por Silvio Santos foi a grande vencedora da noite, mesmo vivendo sua fase mais irrelevante. Ou seja, a premiação não condiz com a realidade.

Afinal, é um absurdo o SBT receber troféus de Melhor Telejornal e Melhor Jornalista mesmo com um jornalismo pouco atuante. Aqui, a premiação merecia ser da Globo, da Record ou até da Band - que não apareceu entre os indicados, diga-se -, mas não o SBT. SBT Brasil nem de longe é o melhor telejornal da TV, e muito menos César Filho, com suas opiniões rasas, é o melhor jornalista.

Outro absurdo é a emissora ter “garfado” o Troféu de Melhor Programa Diário. É verdade que o Fofocalizando melhorou muito em 2024, mas nem de longe é melhor que o Mais Você ou o Hoje em Dia. Foi uma “forçação de barra” e tanto, e o fato de Leo Dias, seu apresentador, compor o corpo de jurados, pesa contra a credibilidade do prêmio. Tiago Barnabé ser eleito o Melhor Humorista, derrotando Tata Werneck e Paulo Vieira, também foi duro de engolir.

E o pior é que o SBT não precisava forçar a amizade para vencer, já que poderia vencer várias categorias ali com muita justiça. Melhor Conteúdo Infantil, Melhor Apresentador e Melhor Game Show foram, merecidamente, para a emissora. 

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Credibilidade

O Troféu Imprensa já havia perdido muita relevância depois que passou a ter seus indicados apontados não mais por pesquisas de amostragem, mas sim votos pela internet. Afinal, com isso, os fãs-clubes passaram a dominar a competição e ídolos teen passaram a disputar prêmios com profissionais mais tarimbados, o que deixava a competição desnivelada.

Curiosamente, neste ano, isso não aconteceu. Mesmo sendo apontados pela internet, os indicados foram bem escolhidos. O que pesou contra foi mesmo a atuação do júri, que precisa passar por uma reformulação. O ideal seria evitar, ao máximo, qualquer jornalista com algum tipo de vínculo com emissoras. 

Num ano em que o Troféu Imprensa deu um necessário tapa no visual, a premiação ficou devendo justiça e critério aos concorrentes e ao espectador. Que bola fora!

PS: Por que será que Eliana sumiu da votação depois de trocar o SBT pela Globo? Vale lembrar que a premiação é referente a 2024, ano em que ela ainda comandava seu dominical. Outro mistério é a ausência de Ana Maria Braga na votação de Melhor Apresentadora. Esse prêmio é dela, gente!

André Santana

06/05/2025

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