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Rosa (Isadora Cruz) e Josué (Thomás Aquino) em Guerreiros do Sol (divulgação) |
Num tempo em que a Globo tinha muita lenha para queimar, o espectador foi brindado com algumas das melhores produções já realizadas na teledramaturgia brasileira. A faixa de macrosséries da faixa das 23h, que perdurou entre o final dos anos 1990 até meados de 2000, ofereceu produtos que eram considerado biscoito fino, com excelência de texto e produção.
Produções como Hilda Furacão (1998), Chiquinha Gonzaga (1999), A Muralha (2000), Os Maias (2001), A Casa das Sete Mulheres (2003) e Um Só Coração (2004) fizeram muito sucesso entre público e crítica. Além disso, colecionaram prêmios e mostraram todo o poder de fogo da emissora líder de audiência no Brasil.
Infelizmente, os tempos são outros e as grandes minisséries perderam espaço na grade da Globo. Entretanto, atualmente, produções curtas têm ganhado espaço no Globoplay, o que pode resgatar essa “época de ouro” da teledramaturgia da emissora. Neste contexto, Guerreiros do Sol se coloca como um sopro de esperança para o espectador saudoso deste tipo de produção.
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Volta das minisséries
Escrita por George Moura e Sergio Goldenberg, Guerreiros do Sol é livremente inspirada no romance Guerreiros do Sol: Violência e Banditismo no Nordeste do Brasil, do escritor Frederico Pernambucano de Mello. Assim, de cara, a trama lembra as várias minisséries produzidas pela emissora baseadas em obras literárias.
Guerreiros do Sol se passa no sertão nordestino das décadas de 1920 e 1930 e gira em torno de Rosa (Isadora Cruz), moça humilde que se vê obrigada a se casar com Elói (José de Abreu). Porém, ela se apaixona por Josué (Thomás Aquino), que se une aos cangaceiros para combater Elói.
Assim como nas antigas minisséries da Globo, Guerreiros do Sol conta uma história de amor, mas com um pano de fundo mais denso e poucas concessões ao folhetim. Por isso, apesar de ser vendida como uma novela, a trama mais parece mesmo uma das várias macrosséries de sucesso produzidas pelo canal tempos atrás.
A direção de Rogério Gomes, a fotografia sofisticada e a produção de arte impecável dão um ar ainda mais refinado à produção, que destoa das novelas atuais da Globo - que vêm sendo criticadas pela construção mais pobre e os inúmeros erros de continuidade.
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Globoplay Novelas
Além de resgatar os bons tempos das macrosséries da Globo, Guerreiros do Sol marca o início de uma nova estratégia da emissora. Ao mudar o nome do canal Viva para Globoplay Novelas e lançar Guerreiros do Sol também na emissora paga, o canal reforça a marca Globoplay como a “casa das novelas” no streaming.
O novo canal vem para fortalecer que novelas são o carro-chefe do streaming da Globo e chega para amarrar todas as produções da plataforma, sejam originais ou clássicos. Ou seja, o Projeto Resgate, o lançamento de produções originais e a grade do novo canal devem ficar alinhadas, potencializando todas essas janelas.
Assim, espera-se que as produções originais do Globoplay resgatem de vez as produções biscoito fino que tanto fizeram a alegria dos espectadores no passado. Guerreiros do Sol é um ótimo exemplo de que esta Globo ainda existe e que produções mais bem cuidadas são possíveis.
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Novelas do streaming
Enquanto as novelas da TV aberta colecionam críticas do público, as produções lançadas no streaming são ovacionadas. Claro, podemos esquecer que Verdades Secretas 2 (2021) existiu, mas Todas as Flores (2022), Pedaço de Mim (2024) e Beleza Fatal (2025) alcançaram ampla repercussão.
Guerreiros do Sol é a novidade da vez, enquanto a HBO Max marcou a estreia de Dona Beja para o início de 2026. Assim, aos poucos, o streaming vai dando sua própria cara ao formato que tanto agrada o público brasileiro.
André Santana
14/06/2025
1 Comentários
Olá, tudo bem? Acredito que a novela Guerreiros do Sol deveria ser exibida inicialmente na TV aberta ao invés da TV paga... Mas apostarão em Estrela da Casa... Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br
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