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Queda de Sikêra Jr. na RedeTV era tragédia anunciada

Sikera Jr. no Alerta Nacional
Sikêra Jr. no Alerta Nacional (reprodução)

A RedeTV não escondeu sua empolgação com os primeiros resultados do Alerta Nacional, programa comandado por Sikêra Jr. que o canal passou a transmitir, em parceria com a TV A Crítica de Manaus (AM). Em pouco tempo, o policialesco tirou a emissora do traço e elevou os índices da faixa das 18h.

O canal de Amílcare Dallevo e Marcelo de Carvalho ficou tão feliz que tratou de estender o acordo com o jornalista e o canal amazonense. O primeiro contrato, que valia por três anos, foi prolongado até 2027, e com direito a uma pesada multa. A RedeTV temia o olho gordo da concorrência, principalmente do SBT, que se mostrou interessado no apresentador. Nessa brincadeira, acabou dando um passo maior que a perna.

Afinal, a boa audiência de Sikêra não se sustentou. Além disso, o apresentador começou a dar trabalho, já que, como falou muita bobagem, acabou sendo punido por anunciantes e até processado. Ou seja, o “salvador” da RedeTV virou um problema. Com isso, a emissora “esqueceu” do prolongamento do acordo e abriu mão de Sikêra há alguns dias. O caso, claro, deve parar na Justiça.

Era uma tragédia anunciada. O TELE-VISÃO, em fevereiro de 2020, já havia apontado que a RedeTV dava vários passos para trás ao ressuscitar um formato sensacionalista e que costumava ter vida curta. Deu no que deu.

Alerta Nacional bebia da fonte do Cadeia, de Alborghetti, uma referência no segmento. Depois dele, foi Ratinho quem deu continuidade ao formato, no lendário 190 Urgente. José Luiz Datena é outro “herdeiro” do ramo, imprimindo este estilo ao Cidade Alerta, da Record e, posteriormente, ao Brasil Urgente, da Band. A própria RedeTV já teve um similar, Repórter Cidadão, que foi apresentado pelo próprio Datena, além de Marcelo Rezende.

Porém, Sikêra Jr. representava o que havia de pior neste formato. O apresentador tratava as notícias policiais com um humor que não cabia, repetindo velhas máximas conservadoras que amplificavam comentários preconceituosos. Assim, ao mesmo tempo em que defendia a polícia cegamente, bradando que “bandido bom é bandido morto” e julgando e condenando qualquer pessoa baseado apenas no que via nas matérias, ele também fazia piadinhas de cunho sexista, machista e homofóbico. 

Isso sem falar na insistência em falar que tudo é “maconha”, num discurso que evidenciava a sua total ignorância. Porém, era um discurso bastante alinhado ao governo anterior, o que explicava o seu espaço nacionalmente pela RedeTV, emissora que abraçou o bolsonarismo e agora tenta “limpar a barra”.

A história já mostrava que era um formato de vida curta. Os programas remanescentes do segmento, Cidade Alerta e Brasil Urgente, tiveram que se adaptar para sobreviverem. O Cidade Alerta se manteve graças aos casos policiais que acompanha, quase como uma “novelinha”. Já o Brasil Urgente se pauta na prestação de serviço, com assuntos que interessam aos moradores de São Paulo e garantem a audiência da capital paulista. A demagogia ainda impera, claro, mas com um mínimo de parcimônia.

Em suma: Alerta Nacional era um claro programa com data de validade. Que, como vemos agora, expirou. Ainda bem! A televisão brasileira não precisa mais de justiceiros demagogos ditando regras sem qualquer responsabilidade. Já deu.

André Santana

22/04/2023

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3 Comentários

  1. Gostava dele no começo, mas como você diz no texto assim que passou a defender o Bolsonaro larguei de mão. Ele pode ser espalhafatoso, mas a TV não precisa desse tipo de apresentador que seja irresponsável.

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  2. Olá, tudo bem? Eu espero sinceramente que Sikera Junior não apareça no SBT.... Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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  3. Bem feito pra esse bolsominion nojento e asqueroso! A TV brasileira não precisa mais de nenhum Ratinho, de nenhum Datena, de nenhum Sikêra Jr e de nenhum outro apresentador de programa policialesco demagogo metido a justiceiro e que mais parece delegado de porta de cadeia! Estamos em 2023 e não nos anos 90.

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