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"Casa Kalimann" é ruim, mas Globoplay acerta ao diversificar conteúdo

Nesta semana, o Globoplay lançou o Casa Kalimann, talk show apresentado pela ex-BBB Rafa Kalimann. A atração terá uma temporada de 12 episódios, que serão lançados semanalmente, às quartas-feiras, na plataforma de streaming da Globo. Na atração, Rafa recebe convidados para entrevistas inusitadas, nas quais eles são submetidos a uma série de desafios absurdos.

O programa estreou na última quarta-feira, 28, com Rafa recebendo o humorista Rafael Portugal. Casa Kalimann mostrou Rafael respondendo perguntas como outros “personagens”, bebendo uma bicicleta (!) e outros situações atípicas. Com isso, Casa Kalimann mais constrangeu do que divertiu. O programa tem boa intenção, mas parece desconectado de tudo o que pretendia ser.

É até compreensível buscarem um espaço para Rafa Kalimann, que a Globo pretende transformar numa estrela. E o streaming, com alcance bem menor do que a TV aberta, parece ser uma janela interessante para “treinar” sua contratada. Entretanto, seria mais lógico apostar em Rafa num programa que tivesse mais a ver com ela. Famosa nas redes sociais, ela devia comandar algo mais parecido com o universo que já habita. Algo voltado à moda, por exemplo.

Casa Kalimann parece querer flertar com o humor. Mas, para isso, exige-se um apresentador mais rápido de raciocínio e com uma veia cômica mais apurada. O que, definitivamente, Rafa Kalimann não possui. O formato parece ter sido pensado para um comediante acostumado com improviso, como Fabio Porchat, Tatá Werneck, ou até o próprio Rafael Portugal. Rafa simplesmente não tem nada a ver com o que o programa pretende ser. 

Aliás, Casa Kalimann mais parece uma versão Globo de O Formigueiro, talk show apresentado por Marco Luque na Band. É a mesma proposta: começa com uma entrevista que vai se abrindo a desafios aloprados. Marcelo Adnet, em seu Adnight, também fez algo parecido na Globo. Mesmo com comediantes tarimbados à frente, os formatos também não funcionaram. Por que funcionaria com Rafa Kalimann? Ou seja, o programa estreou expondo um grave erro de concepção.

Se pouca coisa se salva em Casa Kalimann, ao menos o programa representa uma nova aposta em conteúdo diversificado do Globoplay. Desde que assumiu a vontade de ser um concorrente à altura da Netflix, o streaming da Globo fez fortes apostas em jornalismo, com documentários, e dramaturgia, com séries originais e importadas. Faltava, portanto, mais variedade. Os programas de entretenimento até vêm ganhando mais atenção, como Sterblitch Não tem um Talk Show – O Talk Show ou Cada um no Seu Quadrado. Mas ambos são programas de produção “caseira”, feitos no contexto da pandemia.

Casa Kalimann é um programa que conta com a mesma estrutura de um programa de TV convencional, mas pensado para o streaming. Isso é interessante, já que transforma a plataforma num espaço para experiências que, eventualmente, não seriam lançados na TV aberta. Com isso, não somente se aumenta a oferta de conteúdo no streaming, como também abre mais espaço para encaixar ideias que não são emplacadas na TV convencional.

Só falta agora o Globoplay utilizar este espaço para encaixar profissionais mais tarimbados, mas que, por qualquer motivo, estão sem espaço na TV convencional. Ou até mesmo formatos que foram “abandonados”, mas que poderiam render um barulho legal na plataforma, como Vídeo Show, Zero1 e Amor & Sexo. E até mesmo artistas que o público gosta, mas que parecem cada vez mais afastados da TV aberta, como Xuxa e Angélica (que já emplacou ali o ótimo Cartas Para Eva). Enfim, o Globoplay não foi lá muito feliz com Casa Kalimann, mas as portas que se abrem a partir desta estreia são bem interessantes.

André Santana

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10 Comentários

  1. Xuxa parece que vai lançar um documentário no Globo play. Ou seja pode daqui ha algum tempo com certeza voltar a aparecer na Vênus platinada

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  2. Olá, tudo bem? Sinceramente, não entendo esse auê todo ao redor da Rafa Kalimann que fez absolutamente nada no BBB20. O cenário lembra o Programa da Maisa. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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    1. Oi Fabio! Eu achava a Rafa simpática no BBB, embora eu precise concordar com você que ela não fez nada muito significativo mesmo. Abraço!

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  3. A existência de programas sabidamente ruins, mas que geram memes em redes sociais, me leva a crer que fazem isso de propósito. É como diz o ditado "Falem mal, mas falem de mim..."

    Mas você abordou um ponto interessante; tirando a Bandeirantes que possui vários canais na TV por assinatura, qual a presença de SBT, Record e Rede TV! no mundo fora da TV aberta? A Globo, como sempre, pensando na frente e criando o hábito nas pessoas para lucrar com sua plataforma digital...

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    1. A Globo sempre foi multi plataforma começando con o jornal o Globo. .a record tem r7 e play Plus. ...

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    2. Mas o conteúdo do Play Plus, confesso que desconheço, pra ser bem sincero. O site não conto, todos os canais tem. A questão mesmo é ter um conteúdo mais diferenciado realmente, e a Globo ainda navega tranquila nesse sentido.

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    3. Sim acho que o pay Plus não tem conteúdo de TV por assintura como a Globo com GNT Multishow e nem séries originais. .e mais pra coisas da Record como Fazenda acho

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    4. Bom ponto, Alexandre! Como o Miguel lembrou, a Record tenta emplacar seu PlayPlus. Quando foi lançado, o serviço contava com vários programas exclusivos (nenhum de apelo suficiente para valer uma assinatura, mas tinha). Mas nunca mais fizeram nada. Acho que o último programa exclusivo da plataforma foi o Geração Xuxa, que foi lançado há uns 3, 4 anos...

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    5. Outra coisa: o PlayPlus também tinha a vantagem dos canais ao vivo (que hoje o Globoplay oferece, com os canais Globo), o que lhe dava um diferencial. Mas a maioria dos canais oferecidos era da Disney (Disney Channel, ESPN etc), e eles estão deixando a plataforma. Ou seja...

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