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"Programa da Maisa" murcha em nova temporada

O Programa da Maisa estreou no ano passado no SBT como uma lufada de novidade nas cansadas tardes de sábado da emissora. Um talk show com uma pegada teen, tendo à frente a esperta Maisa Silva, parecia uma ideia e tanto para um canal que não costuma lançar mão de coisas novas, preferindo recorrer ao seu baú de “velhas novidades”. Entretanto, o que começou bem logo perdeu fôlego. O formato engessado, que pouco explora a espontaneidade de sua apresentadora, cansou.

A ideia de Maisa Silva ter um talk show é ótima! O SBT foi absolutamente feliz com essa proposta. No entanto, a atração caiu fácil na dependência de um roteiro muito amarrado, que não permite muito improviso. Além disso, todo o papo de Maisa com seus convidados é costurado por quadros fixos que logo caíram no lugar-comum. Responder “haters” da internet era divertido no começo, mas logo o quadro Banho de Sabedoria passou a se tornar enfadonho, e até pedante. O Game do Dia também padeceu com jogos que não empolgavam ninguém.

Aí, veio a temporada 2020 com a vontade de trazer algo novo. Mas os primeiros episódios inéditos do ano mostraram pouca coisa verdadeiramente nova. E, depois, veio a pandemia, forçando o programa a recorrer a mais reprises. Ou seja, Programa da Maisa ficou quatro meses sobrevivendo de repetecos, o que ajudou a enfraquecer ainda mais o seu já desgastado formato.

Há algumas semanas, a atração voltou a contar com episódios inéditos. Maisa Silva agora comanda seu programa numa cadeira distante de seus convidados. A apresentadora, assim como a grande maioria dos programas de entrevista atuais, também faz uso de videochamadas para conversar com seus convidados de maneira remota. Além disso, a plateia foi substituída por monitores com imagens de pessoas reagindo.

Pois o novo formato ajudou o programa a perder ainda mais fôlego. As medidas de proteção (necessárias, claro, ninguém aqui as está condenando) expuseram as fragilidades que o programa já tinha. Sem muita mobilidade no palco, e sem a temperatura da plateia, restou ao programa apenas o seu lado “talk”, que segue abastecido por um roteiro fraco. Ou seja, a atração perdeu aqueles quadros cansativos que “interrompiam” o programa, mas a ausência deles deixou claro que não havia muito mais que aquilo. Assim, a edição de uma hora e meia praticamente se arrasta.

É uma pena! Maisa Silva continua sendo uma personalidade da mídia das mais interessantes, e que merece um espaço autoral. No entanto, tem em mãos um programa que nada tem a ver com ela. Chega a ser um desperdício ver em cena uma figura tão ligada às redes sociais no comando de um talk show de execução “jurássica”. Não adianta ter um cenário colorido e objetos infláveis para dar um ar de moderno, se, na prática, não é feito nada de novo ali.

Em tempo de pandemia, há várias experiências remotas sendo feitas, várias delas muito interessantes. O Globoplay, por exemplo, lançou dois formatos 100% remotos, que conversam com o público das lives e das redes sociais, e que funcionam muito bem: Sterblich Não Tem um Talk Show – O Talk Show e Cada um no Seu Quadrado. Ótimas produções, muito divertidas, antenadas com a contemporaneidade e que bebem do formato das lives, mas de uma maneira que funciona também na TV.

Não estou dizendo que Maisa Silva devia partir para o humor. O que estou dizendo é que falta, no SBT, um diretor com uma cabeça mais arrojada, que seja capaz de formatar um programa que converse com este público, que é, também, o público de Maisa. Mais do que nunca, é a hora de aproveitar a boa aceitação da adolescente neste nicho e, ainda, potencializá-lo para algo um tanto mais moderno. A maneira conservadora como o SBT faz televisão está desidratando Maisa Silva, infelizmente.

André Santana

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9 Comentários

  1. Olá, tudo bem? O problema é que a Maisa não sustenta os índices de audiência herdados da programação anterior. E teoricamente seria o mesmo público da atração. Há um problema sério por ali. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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    1. O sbt não sabe se renovar ou ajustar programas vide o torturando..um talk show de improviso seria mesmo uma atração melhor

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    2. Oi Fabio, tudo bem? É exatamente isso. E por que Maisa não sustenta os índices? Porque o seu programa não conversa com seu público-alvo. Não há identificação. Maisa só sendo ela não atrai audiência, ela precisa de um programa que gere identificação com o público, o que não acontece. Abraço!

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  2. Não poderia concordar mais, André. Maisa tem um traquejo e uma pré disposição para o improviso que não é aproveitado em seu programa. Uma vez o Maurício Stycer sugeriu que o talk show de Maisa deveria ter a mesma pegada que o Lady Night, da Tatá Werneck, já que a jovem possuía atributos que a permitiriam ousar e ser mais espontânea, e apontou, também, o roteiro amarradinho e o conservadorismo do SBT. O colunista até afirmou que talvez a TV de Silvio Santos tivesse ficado pequena demais pra Maisa. Eu acho que é bem por aí mesmo.

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    1. Concordo totalmente, Mister Ed. Maisa é maior que o SBT!

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  3. Realmente, o SBT está pequeno demais para Maísa. Gosto muito dela, mas não consigo assistir seu programa. É muito truncado e ela tem tanto potencial. Uma pena que já esteja desgastado. Espero que ela consiga voos maiores...
    www.cascudeando.com

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    1. Lucas, eu não perdia o programa dela no começo. Hoje, tento assistir, mas não consigo. Dá pena dela, tão boa, presa naquilo.

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  4. O público carente de uma atração bacana que fale com o público e o SBT engessando a Maísa.

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