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Miguel Falabella é o mais novo dispensado da Globo

Segundo sua política de “contrato por obra”, a Globo segue não renovando o contrato de algumas estrelas com longos anos de casa. Nesta semana, o ator José de Abreu anunciou o fim de seu compromisso com o canal. E, agora, é a vez de Miguel Falabella deixar a emissora. Este último, que vinha emplacando mais trabalhos como autor, estava sem novos projetos engatilhados. 

Seu trabalho mais recente no grupo foi Eu, a Avó e a Boi, série cômica do Globoplay. Antes disso, na TV Globo, emplacou Brasil a Bordo, que encarou mais de um ano na gaveta e não teve uma segunda temporada (e era bem ruinzinha!). Seu trabalho autoral recente mais expressivo foi Pé na Cova, uma comédia de humor ácido, mas com boas doses de melancolia, e que foi bem-aceita pelo público e pela crítica. Pé na Cova e Brasil a Bordo também foram as mais recentes aparições de Falabella como ator na TV. Nos últimos anos, Falabella aparecia na telinha como jurado do Show dos Famosos, no Domingão do Faustão, e em quadros do Vídeo Show, como o belo Memória Nacional.

Vários sites especializados trouxeram informações de bastidores dando conta de que Falabella vinha tendo dificuldades em emplacar novos projetos na emissora. O Na Telinha chegou a afirmar que o dramaturgo se desentendeu com Silvio de Abreu, diretor de teledramaturgia do canal, se queixando justamente desta falta de espaço. Paralelamente, no ano passado, Falabella chegou a declarar que poderia não renovar seu contrato com a Globo porque, quando a emissora recusava um projeto seu, ele não tinha liberdade para tentar emplacá-lo em outro lugar.

Ou seja, com a declaração, Falabella praticamente admitiu a dificuldade de ver seus projetos aprovados na Globo, e expôs a necessidade de tentar emplacá-los fora dali. Agora que seu contrato está chegando ao fim, o artista terá essa chance. Além disso, à coluna de Mauricio Stycer no UOL, Falabella disse que vê o fim de seu contrato de longo prazo com a Globo como uma oportunidade para se reinventar e fazer outras coisas. E, claro, ele sai de portas abertas, ou seja, nada impede que ele retorne com acordos por obra em algum canal ou plataforma do Grupo Globo.

Mas não se pode deixar de apontar o fim de uma era. Em seus últimos trabalhos, Falabella se mostrava um autor não de grandes números, já que seus programas estavam longe de serem campeões de audiência. Mas ele mostrava uma maturidade e um refinamento de seu texto e seu senso de humor peculiar (menos Brasil a Bordo, que a gente finge que não existiu), que suas séries com personagens disfuncionais de nomes estranhos hão de fazer falta. Que não demore para que ele, finalmente, consiga levar adiante algum novo projeto, seja na Globo ou fora dela. E, aliás, se o ator busca uma reinvenção, por que não apostar em outras facetas, como a de apresentador num canal pago? Eu assistiria um talk show com Falabella!

André Santana

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9 Comentários

  1. Fala André, mais uma perda para a dramaturgia da Globo, acredito que Silvio de Abreu faça um trabalho irregular na supervisão, tem algumas decisões equivocadas, enfim, Miguel Falabella fará falta!

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    1. Marcelo, eu acho que Silvio de Abreu mais acertou do que errou à frente da dramaturgia da Globo. Mas vejo com pesar a saída de Falabella, que é um autor de valor. Vamos torcer pra ele voltar logo!

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  2. É compreensível que a Globo queira economizar no seu processo de reestruturação se tornando "Uma Só Globo" - e isso parece que deve continuar até 2022, ou seja, mais demissões e não renovações de contrato devem vir por aí. Mas também chama a atenção perderem um cara tão criativo como o Falabella e que poderia ser usado de várias formas na casa. Claro que ele pode voltar por obra, mas não parece ser tanto o caso.

    Enquanto isso, alguns sem tanto talento permanecem...Mas infelizmente, isso acontece em todo lugar de trabalho.

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    1. Alexandre, bom ponto. Realmente, trata-se de uma medida compreensível: a emissora está abrindo mão de manter sob contrato profissionais que nem sempre estão produzindo. Financeiramente, contratá-los por obra é uma medida sadia. Mas, sim, é triste ver gente boa saindo e gente não tão boa assim ficando. Talvez seja preciso rever alguns critérios nesta política.

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  3. Olá, André! Tudo bem?
    Gosto muito do Miguel Falabella. Como você, me divertia com "Negócio da China". Ele é um ótimo autor e seus trabalhos vão fazer falta na TV aberta. No entanto, preciso reconhecer que "Eu, a vô e a Boi", último trabalho no Grupo Globo, é bastante irregular. Acho que se reinventar, como ele mesmo admitiu no livro "Autores" quando escreveu cenas românticas em "A lua me disse", é necessário a todo escritor. Abraço!

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    1. Oi Lucas! Bem, e você? Bom, nós compartilhamos da mesma admiração pela obra de Falabella, e gostamos até de Negócio da China! Confesso que ainda não vi Eu, a Vó e a Boi, mas, como disse no texto, achei Brasil a Bordo bem ruim. Mas sou fã de Pé na Cova, Toma Lá Dá Cá, e tantas coisas bacanas que ele já fez. Apesar de eu ter gostado de todas as novelas dele, admito que ele é bem melhor em séries e em produtos experimentais. Por isso, num momento tão rico de produção de séries nacionais, é meio incompreensível deixá-lo partir. Aliás, produções como A Vida Alheia e Pé na Cova revelam que o Falabella é um dos poucos (senão o único) dramaturgo da TV brasileira que entendeu o que é, de fato, a narrativa seriada. Netflix poderia fazer um bom proveito deste valor. Abraço!

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  4. Ei, André! Apesar de lastimável, é compreensível essas demissões na Globo. Pessoal esquece que é uma empresa comercial, que visa o lucro, e dispensar funcionários que custam caro e são pouco produtivos é um caminho sem volta. Concordo que poderiam mantê-lo à frente de séries de comédia para o Globoplay, o Brasil tem um déficit de sitcoms e qualidade há tempos. Também concordo com alguns comentários de que a Globo dispensa bons talentos e mantêm outros não tão bons assim. A emissora parece viver na ilusão de que milhões de seguidores nas redes sociais irão refletir em audiência. Acho que o público do Instagram não tem nada a ver com o da televisão, enfim, cabe o tema pra uma discussão mais aprofundada.

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    1. Sim, Mister Ed, acho que as demissões são compreensíveis. Até porque a emissora está se renovando, e alguns dos veteranos dispensados já não rendiam tanto quanto antes. Então acho normal o canal abrir mão deles. Mas torço pra que o Falabella volte aos bons tempos, na Globo ou fora dela.

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  5. Falabella pode fazer qualquer coisa! Torço pra sua rápida recolocação!

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