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"Órfãos da Terra" é mais um acerto do horário das seis da Globo

Somente por amor...

Duca Rachid e Thelma Guedes são duas das novelistas mais inventivas da nova geração. Uma prova disso é Cordel Encantado que, com o perdão da redundância, segue encantando a audiência em sua segunda exibição, no Vale a Pena Ver de Novo, depois de ter sido um dos maiores sucessos das seis na década. É delas também Cama de Gato, um novelão dos mais respeitáveis do horário. Sim, elas deram uma derrapada em Joia Rara, mas nada que tire o brilho da carreira desta dupla que se fez no remake de O Profeta e nunca mais se separou.

Depois de um hiato no qual quase emplacaram uma história no horário nobre, Duca e Thelma retornaram esta semana com Órfãos da Terra. A demora valeu a pena. As autoras retomaram o horário que conhecem tão bem em excelente forma, oferecendo o melhor de suas criativas mentes. Mais uma vez, elas entregam ao seu público um folhetim dos mais tradicionais, contados com o que há de melhor dentre os ingredientes do gênero: trama bem armada, boas situações, ganchos poderosos e muitas reviravoltas. Mas elas o fazem, sempre, entregando algo a mais. E esse “algo a mais” é o pano de fundo, trazendo na trama central o drama dos refugiados de guerra nos campos de concentração, buscando um novo lugar para viverem.

É neste cenário dramático, que envolve e faz refletir, que se desenrola a história de amor entre Laila (Júlia Dalávia) e Jamil (Renato Góes). Ela é uma refugiada síria que se vê obrigada a se casar com o poderoso Sheik Aziz (Herson Capri) para salvar seu irmão mais novo. Já ele é um dos homens de confiança do Sheik, que se vê apaixonado pela noiva de seu chefe. De quebra, há a voluntariosa Dalila (Alice Wegmann), a filha do Sheik, que deseja Jamil.

Ou seja, Órfãos da Terra é um romance proibido dos mais tradicionais, mas inserido dentro de um contexto contemporâneo que reflete a realidade atual. Isso dá potência à trama, pois não apenas gera identificação, mas comove e provoca. Com isso, a novela ganha substância, indo além do puro e simples entretenimento, embora se mantenha como um entretenimento da melhor qualidade.

E a boa história de Órfãos da Terra vem embalada num visual que surpreende. A direção segura de Gustavo Fernández dá à trama um acabamento impecável. O apuro técnico e a verossimilhança de cenários e ambientações fazem com que Órfãos da Terra encha os olhos do público. A fotografia é outro acerto, pois abusa de uma luz naturalista, mas sem deixar as imagens escuras. Ao contrário. Órfãos da Terra é uma novela clara. Felizmente, fugiram da tentação de fazer uma nova Joia Rara, que pecava pelo breu de todas as cenas. Também vale destacar a abertura, praticamente uma poesia em imagens.

O elenco também não decepciona. Órfãos da Terra tem o trunfo de ter à frente um casal protagonista jovem e cuja imagem não está saturada. Júlia Dalávia e Renato Góes já haviam mostrado sintonia em Velho Chico, onde viveram as versões mais jovens dos protagonistas Maria Tereza e Santo, e repetem a boa parceria na trama atual. Além disso, estão cercados de grandes nomes, que mesclam veteranos e jovens em performances que não decepcionam. Herson Capri, Alice Wegmann, Letícia Sabatella (Soraia) e Eliane Giardini (Rania) despontam como os primeiros destaques. Vale destacar, também, a presença de Ana Cecília Costa, a Missade, mãe de Laila. Atriz presente em todas as obras de Duca e Thelma, ele sempre entrega um bom trabalho. Foi dona de várias das sequências mais emocionantes da primeira semana.

Com tantas qualidades, Órfãos da Terra vem para engrossar a lista de acertos do horário das seis da Globo. A faixa segue sendo a mais bem-sucedida na qualidade das histórias e variedades de temáticas, sempre reservando as melhores surpresas dentre as novelas da Globo. É de uma inventividade deste nível que o horário das nove anda precisando.

André Santana

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6 Comentários

  1. Antes uma novela com um tema contemporâneo interessante do que o "showrnalismo" do horário nos outros canais.

    Eu não assisto essa novela, até pelo meu horário, mas só de saber que um tema atual é discutido (ainda que de forma romantizada) é um alento para o horário, tão largado com programas policialescos lamentáveis.

    Eu fico bobo quando vejo muitos perfis no twitter e mesmo sites, ficarem destacando a audiência desses programas, meio que para ressaltar uma queda da Globo, num tom de comemoração. Deveríamos é lamentar totalmente.

    Não sou advogado da Globo, o canal têm MUITOS defeitos, mas pelo menos até hoje, não chegou a apelar (ao menos na programação nacional) para concorrer com esse tipo de atração.

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    1. Pois é, Alexandre! Tem muito líder de audiência "off Globo" que é de se lamentar que tenha tantos fãs, tamanho o seu gosto duvidoso. Mas Órfãos da Terra tem ido bem na audiência. E é merecido, já que é uma novela de grandes qualidades.

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  2. E pensar que as autoras tiveram um trabalho recusado para o horário das 21h. Como é a vida...

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  3. Olá, tudo bem? Ainda comentarei sobre Órfãos da Terra no meu blog. Não gostei do primeiro capítulo, mas a novela ganhou fôlego nesta semana. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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    1. Oi Fabio! Achei o primeiro capítulo muito bom! E a novela ainda não perdeu fôlego, ao meu ver. Abraço!

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